Brasil fechará fronteiras para seis países da África, diz Casa Civil
Informação foi anunciada pelo ministro Ciro Nogueira. Restrição visa frear avanço da variante Omicron, nova mutação da Covid no continente
atualizado
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O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, anunciou nesta sexta-feira (26/11) que o Brasil fechará as fronteiras aéreas para seis países da África em razão da variante Omicron, nova mutação da Covid-19 na África do Sul.
De acordo com Nogueira, a portaria será publicada em Diário Oficial da União (DOU) neste sábado (27/11) e entrará em vigor na próxima segunda-feira (30/11). A norma valerá para viajantes procedentes de África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
“O Brasil fechará as fronteiras aéreas para seis países da África em virtude da nova variante do coronavírus. Vamos resguardar os brasileiros nessa nova fase da pandemia naquele país. Portaria será publicada amanhã e deverá vigorar a partir de segunda-feira”, escreveu o ministro nas redes sociais.
Mais cedo, uma equipe técnica interministerial se reuniu para tomar a decisão. O encontro, que aconteceu no Palácio do Planalto, contou com a participação de representantes da Casa Civil e dos ministérios da Saúde; da Justiça; e da Infraestrutura.
Mais cedo, nesta sexta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a proibição da entrada de voos e viajantes procedentes de África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue no Brasil.
As últimas informações veiculadas indicam que houve a notificação de 77 casos na África do Sul, quatro em Botsuana, um em Hong Kong (uma pessoa que voltou de viagem à África do Sul) e um em Israel (uma pessoa que voltou do Maláui) e um na Bélgica.
Países adotam medidas
Até o momento, pelo menos 10 nações europeias e asiáticas, além dos Estados Unidos, anunciaram a adoção de medidas restritivas a voos de países da África, devido à nova variante do novo coronavírus.
EUA, Reino Unido, Itália, Holanda, República Tcheca, França, Cingapura e Israel suspenderam voos dos países sul-africanos. Japão, Índia e Taiwan aumentaram os procedimentos de controle. Os bloqueios ocorreram após a reunião de emergência convocada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para discutir o problema.
O governo sul-africano criticou as medidas. A ministra das Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, disse que a preocupação imediata “é o dano que esta decisão causará tanto às indústrias de turismo quanto às empresas de ambos os países”.
A líder técnica da OMS, Maria van Kerkhove, pronunciou-se sobre a variante, na quinta-feira (25/11). A profissional ressalta que “ainda serão necessárias algumas semanas” para que se possa identificar exatamente qual o risco da nova mutação do Sars-CoV-2. A cepa causa preocupação principalmente pelas mudanças na proteína Spike, usada pelo vírus para entrar em células humanas. Essa característica o torna potencialmente imune às vacinas.
O que diz o Ministério da Saúde
Em conversa com a imprensa na manhã desta sexta-feira (26/11), o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, afirmou que a nova variante é uma grande preocupação e que a pasta vai discutir o assunto, ao longo do dia.
“A OMS se manifestou recentemente sobre essa nova variante na África do Sul, é uma variante de preocupação. Estamos discutindo isso, juntamente com os técnicos”, frisou Cruz.