Brasil estuda entregar quatro submarinos para a Argentina
Tema foi incluído no acordo bilateral firmado durante a visita de Bolsonaro ao país vizinho. Valor das embarcações chega a US$ 50 mi
atualizado
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O Brasil estuda entregar para a Argentina até quatro submarinos alemães IKL-209. As embarcações são usadas e operadas pela Marinha há 30 anos e, portanto, precisam de reparos e modernização. A intenção é citada no acordo bilateral da área de Defesa, assinado em Buenos Aires pelos ministros Oscar Aguad e Fernando Azevedo e Silva durante a visita do presidente Jair Bolsonaro ao país vizinho.
Um gesto histórico, que pretende, nos termos do documento, incluir “o estudo da possibilidade de transferência de submarinos IKL da Marinha do Brasil para a Marinha Argentina”. No mesmo tópico, o documento cita “reparação, manutenção e construção” de versões convencionais, de propulsão diesel-elétrica, do mesmo tipo de navios.
Oficiais ouvidos pela reportagem consideram a necessidade de conclusão da análise do negócio iniciada ainda em 2018. Os militares defendem a definição de um valor unitário para os submarinos, na faixa média entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões, e o estabelecimento de protocolos de compensação.
Há ainda uma questão a ser resolvida pelo Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty: a reação do Reino Unido, tendo em vista a crise não solucionada envolvendo a soberania do arquipélago das Malvinas, causa de uma guerra de 65 dias, em 1982, que deixou 907 mortos.
Os quatro submarinos Tupy deslocam 1.440 toneladas e medem 61 metros. Levam 36 tripulantes. São armados com torpedos de 533 milímetros e têm autonomia de 15 mil quilômetros. O modelo é da empresa alemã HDW. Engenheiros navais brasileiros usaram o projeto para construir o Tikuna, uma versão maior, com capacidade estendida, em uso desde 2006. Essa unidade não entra na negociação bilateral.