Brasil dobra controle militar sobre refugiados venezuelanos em Roraima
Segundo o plano do governo federal, haverá aumento de 100 para 200 homens nos pelotões de fronteira no estado
atualizado
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O Brasil criou uma força-tarefa para controlar o ingresso de venezuelanos em Roraima, medida anunciada em visita do presidente Michel Temer a Boa Vista. De acordo com o plano, haverá aumento de 100 para 200 homens nos pelotões de fronteira no Estado, com duplicação dos pontos de controle na fronteira, no interior e entre Pacaraima e Boa Vista. Um hospital de campanha em Pacaraima atenderá atender o fluxo inicial dos venezuelanos.
Depois do anúncio de assinatura de uma Medida Provisória decretando uma espécie de “estado de emergência social” em Roraima, e a criação de uma coordenação nacional, comandada por um general, para orientar a realização de programações que permitam melhorar as condições, os ministros da Defesa, Raul Jungmann, do Gabinete de Segurança Constitucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, e da Justiça, Torquato Jardim, detalharam algumas das medidas a serem desencadeadas.
Haverá também repasse de recursos para auxílio ao Estado e aos municípios. O ministro da Justiça chegou a falar dos primeiros R$ 700 mil para a instalação de centros de referência e anunciou nova reunião conjunta em 14 de março, para tratar especificamente dos problemas com a população indígena na região, atribuindo os entraves existentes a questões meramente ideológicas. Ele reiterou ainda que será iniciado um censo entre os venezuelanos.
Críticas políticas
Em sua fala, o ministro do GSI fez críticas indiretas ao governo venezuelano e aos governos anteriores do Brasil que apoiaram a atuação dos governos Nicolás Maduro e Hugo Chávez. Ao citar os problemas na Venezuela, que acabaram por resultar neste fuga em massa para o Brasil, o ministro Etchegoyen citou que “este êxodo social foi provocado por decisões ideológicas, que levaram ao desastre venezuelano”, lembrando que “boa parte destas posturas foram festejadas até que chegássemos à tragédia que hoje vivemos”.
Jungmann ressaltou a necessidade de distribuição dos venezuelanos pelo País, salientando que, embora a migração de venezuelanos ocorra geograficamente em Roraima, na verdade “este é um problema nacional, que apenas se dá pelo norte do País, por uma questão de fronteiras”. E emendou: “Cabe ao Brasil abraçar e assumir as mesmas responsabilidades”.
O general Etchegoyen, por sua vez, apelou para que outros países que queiram ajudar os venezuelanos, no Brasil ou na própria Venezuela, que o façam por meio do nosso país. “O Brasil oferece ajuda aos venezuelanos pela crise que eles enfrentam e abre-se para que outros países que queiram cooperar o façam por meio da gestão do Brasil”, declarou. Ele citou que Canadá, Estados Unidos, União Europeia e países da região manifestaram desejo de cooperar de alguma maneira.