Braga Netto será intimado pela PGR por suposta ameaça sobre eleições
Cabe ao procurador-geral da República, Augusto Aras, decidir se há elementos para abrir investigação formal contra o ministro
atualizado
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O procurador-geral da república, Augusto Aras, intimará o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, pela suposta ameaça feita ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), condicionando as eleições de 2022 ao voto impresso e auditável. A informação é da Folha de São Paulo.
O pedido de investigação, que partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, solicita que o procurador-geral colha relatos de todos os envolvidos na suposta ameaça, inclusive o próprio Arthur Lira.
O ministro Gilmar Mendes encaminhou também para a PGR, nessa terça-feira (27/7), quatro ações apresentadas à Corte contra o ministro da Defesa por supostas ameaças às eleições de 2022, condicionando-a ao voto impresso.
O caso também conta com testemunhas que, segundo parlamentares, presenciaram o momento e estariam envolvidos no desentendimento com o chefe da Defesa: o deputado federal Luis Miranda e o agora ministro da Casa Civil, senador Ciro Nogueira (PP-PI).
Cabe a Augusto Aras decidir se há elementos para abrir investigação formal contra o ministro. O envio à PGR é uma medida de praxe.
A denúncia
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, teria mandado, no último dia 8 de julho, um recado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de que não haverá eleições em 2022 se não for aprovado o voto impresso e auditável.
O recado chegou ao presidente da Câmara por meio de um interlocutor. Ao dar o aviso, porém, Braga Netto estaria acompanhado de chefes militares das Forças Armadas.
Ao receber o aviso, Lira entendeu se tratar, segundo o jornal, de uma ameaça de golpe. Para o titular da Câmara, era algo gravíssimo. Por isso, foi atrás do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para esclarecer a situação e disse ao chefe do Executivo federal que iria com ele até o fim, mesmo se fosse para perder a eleição, mas não admitiria golpe.
Braga Netto, por sua vez, se defendeu dizendo que a notícia se tratava de “mentira e invenção”.