Braga Netto diz que não ouviu Bolsonaro falar em trocar chefe da PF do Rio
Ministro-chefe da Casa Civil prestou depoimento nesta terça-feira (12) no inquérito que apura suposta interferência na PF. Leia a íntegra
atualizado
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O ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, afirmou nesta terça-feira (12/05), à Polícia Federal, que não ouviu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mencionar uma eventual troca na superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro, durante a reunião ministerial do dia 22 de abril.
Braga Netto prestou depoimento, no Palácio do Planalto, sobre o inquérito que apura suposta interferência de Bolsonaro na PF.
“Que na reunião do conselho de ministro, ocorrida em 22 de abril de 2020, quando apresentado o Pró-brasil o presidente Jair Bolsonaro não chegou a se expressar sobre a substituição do superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, reservando-se a expressar a sua inquietude, como já dito, sobre os dados de inteligência do Sisbin, mais precisamente, dos dados que deveriam ser fornecidos pela Defesa Nacional e pela Abin”, aponta o depoimento.
Em depoimento à Polícia Federal na semana passada, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro disse que um vídeo feito durante a reunião comprovaria que Bolsonaro o teria pressionado por mudanças na Polícia Federal.
À PF, Braga Netto disse nesta terça que a reclamação de Bolsonaro “se tratava principalmente da demora do fornecimento de dados”.
“Com relação ao conselho de ministros, quando o presidente revelou sua intenção de ‘trocar a segurança do Rio de Janeiro’, (Braga Netto) entende que se tratava de segurança pessoal do presidente a cargo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), não tendo referência à Polícia Federal”, aponta o depoimento. “Na perspectiva do depoente, ao citar ‘segurança no Rio de Janeiro’, o presidente Jair Bolsonaro apenas fez referência como ilustração de sua insatisfação”.
Na ocasião, o ministro também afirmou que tentou acalmar o ex-ministro da Justiça Sergio Moro depois que o ex-juiz ameaçou pedir demissão do cargo por suposta tentativa de interferência do presidente na Polícia Federal.
Leia a íntegra do depoimento:
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