Braga Netto a militares: “Confiem na cadeia de comando e nos seus líderes”
O ministro da Defesa discursou durante entrega de Espadins dos Cadetes da FAB. Bolsonaro e Mourão também participaram do evento
atualizado
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O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, pediu para que militares confiassem em seus superiores e na corporação, já que, segundo o ministro, “vivemos em tempos de desinformação”. Braga Netto discursou durante entrega de Espadins dos Cadetes da FAB em Pirassununga, em São Paulo.
“Vivemos momentos delicados. Estamos silentes e acompanhando a conjuntura atual. Em tempos de desinformação cresce a necessidade de busca de fontes idôneas. Confiem na cadeia de comando e na lealdade de seus líderes e superiores, eles representam a palavra oficial da Força”, disse o chefe da pasta.
“Reafirmo que as Forças Armadas continuarão com fé em suas missões constitucionais, com instituições nacionais permanentes, com base na hierarquia e na disciplina sob autoridade suprema do presidente da República para segurar a defesa da soberania, a independência e harmonia entre os poderes e da manutenção da democracia e da liberdade do povo brasileiro a quem, efetivamente, devemos servir e buscar o bem comum”, declarou.
O Ministério da Defesa, contudo, se vê no meio de um embate político. Além do imbróglio recente, envolvendo o ex-ministro da Saúde e general do Exército Eduardo Pazuello, os militares se encontram no centro de uma denúncia de suposta compra superfaturada de doses da vacina indiana contra a Covid-19 Covaxin.
Bate-boca
Na quarta-feira (7/7), o presidente da CPI da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM), criticou os supostos envolvimentos seguidos das Forças Armadas em, segundo ele, “falcatruas de dentro do governo”.
“Fazia muito tempo que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo”, continuou, citando, como exemplos, o coronel Élcio Franco e o general Eduardo Pazuello – ambos ocuparam cargos de comando no Ministério da Saúde.
A fala de Aziz ocorreu durante depoimento do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, que serviu na Força Aérea Brasileira por 10 anos. Durante o período, Dias foi responsável por exercer a função de controlador de tráfego aéreo. Dias é acusado por representantes da Davati Medical Supply de, supostamente, cobrar propina em cima da negociação de 400 milhões de doses da AstraZeneca com o Ministério da Saúde.
Em resposta à fala, o chefe da Defesa e os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica reagiram e subiram o tom com o parlamentar. Em documento, declararam que “as Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”.
“O ministro de Estado da Defesa e os Comandantes da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira repudiam veemente as declarações do Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Senador Omar Aziz, no dia 07 de julho de 2021, desrespeitando as Forças Armadas e generalizando esquemas de corrupção. Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável”, diz o texto.