Bomba no DF: petistas e membros do futuro governo cobram apuração
Políticos e futuros ministros de Lula repercutiram a tentativa de atentado à bomba contra aeroporto de Brasília. Bolsonarista foi preso
atualizado
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A tentativa de atentado terrorista à bomba contra o Aeroporto Internacional de Brasília na véspera e no Natal deste ano repercutiram entre os membros do futuro governo. A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) afirmou neste domingo (25/12) que irá propor que a Câmara acompanhe as investigações junto com novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
“Sem ingenuidade! Como deputada federal, proponho Câmara acompanhar investigações junto com novo governo”, escreveu a parlamentar. “Dinamite, detonadores, tecnologia empregada não se conseguem na ferragem da esquina”, completou. Ela chamou os autores da tentativa do ataque de “fascistas”.
A Câmara pode acompanhar as investigações por meio de uma comissão externa, comissão parlamentar de inquérito ou grupo de trabalho (GT).
“Proponho que a Câmara dedique-se fortemente à defesa da democracia, portanto conversarei sim com o presidente Arthur Lira para apoie e defina um formato de acompanhamento. O Brasil precisa de um processo de desradicalização e valorização da política como caminho de diálogo, exatamente o contrário destes atos violentos, perigosos e ilegais”, disse a deputada ao Metrópoles.
Sem ingenuidade! Como deputada federal, proponho Câmara acompanhar investigações junto com novo governo @FlavioDino
Dinamite, detonadores, tecnologia empregada ñ se conseguem na ferragem da esquina.
Qual treinamento necessário p/ adquirir e usar esse material? #fascistas
— Maria do Rosário (@mariadorosario) December 25, 2022
O futuro ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também se manifestou nas redes sociais. “A polícia prendeu o bolsonarista que arquitetou a explosão de um caminhão no Aeroporto de Brasília”, disse. “Golpismo e terrorismo armamentista devem e serão tratados como crimes pela justiça”, reiterou o futuro ministro.
A polícia prendeu o bolsonarista que arquitetou a explosão de um caminhão no Aeroporto de Brasília. Nosso estado é democrático! Golpismo e terrorismo armamentista devem e serão tratados como crimes pela justiça.
— Alexandre Padilha (@padilhando) December 25, 2022
O líder do PT na Câmara, o deputado federal Reginaldo Lopes (MG), pediu a prisão dos responsáveis pela tentativa de atentado terrorista contra o Aeroporto Internacional de Brasília. “Cadeia neles!”, escreveu o político mineiro em sua rede social.
A tentativa de atentado com bombas no aeroporto de Brasília é um crime gravíssimo. Os responsáveis têm que ser punidos por ameaçar a vida de centenas de pessoas e a democracia. Cadeia neles!
— Reginaldo Lopes (@ReginaldoLopes) December 25, 2022
Já o cotado para assumir o Ministério das Comunicações, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), afirmou que “eles [golpistas] não passarão” e que o objetivo da bomba no aeroporto era contra a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Eles não passarão: Preso o seguidor de Bolsonaro que colocou uma bomba em Brasília, com o objetivo de praticar um atentado na posse do presidente Lula.
— Paulo Teixeira (@pauloteixeira13) December 25, 2022
Outro possível ministro de Lula, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), também se manifestou após o incidente. “É importante que essas pessoas sejam investigadas e punidas pelos seus atos. Tolerância zero com terrorismo!”, disparou o político. Pimenta deve ocupar a Secretaria de Comunicação (Secom).
https://twitter.com/DeputadoFederal/status/1607112350443896832
Mais cedo, o site publicou que Flávio Dino irá propor à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que constituam grupos especiais para “combate ao terrorismo e ao armamentismo irresponsável”.
Irei propor que o Procurador Geral da República e o Conselho Nacional do Ministério Público constituam grupos especiais para combate ao terrorismo e ao armamentismo irresponsável. O Estado de Direito não é compatível com essas milícias políticas.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) December 25, 2022
Fora do governo
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, considerou o episódio envolvendo a bomba em Brasília como “grave” e que o fato “mostra o que o extremismo conseguiu fabricar”, sendo essa uma patologia, ou seja, uma doença social que precisa de medidas preventivas “profilaxia”.
Sempre nos orgulhamos de dizer que o Brasil não tem terremoto, furacão ou terrorismo. O grave episódio de bomba em Brasília mostra que o extremismo conseguiu fabricar aqui o único dos três flagelos que depende da ação humana. Essa patologia social precisa de profilaxia urgente.
— Bruno Dantas (@DantasBruno) December 26, 2022
Outro que se manifestou foi o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE). Ele defendeu uma ação de desmonte dos acampamentos bolsonaristas em frente aos quartéis e com a identificação de seus ocupantes. “O terrorismo doméstico já é um problema grave em vários países”, disse o político, que também foi delegado de polícia por 17 anos.
É urgente o desmonte dos acampamentos bolsonaristas, com a prévia identificação dos seus ocupantes. O terrorismo doméstico já é um problema grave em vários países. Infelizmente, o radicalismo irresponsável gerou este tipo de situação também no Brasil.
— Alessandro Vieira (@_AlessandroSE) December 25, 2022