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Bolsonaro volta a criticar Petrobras: “Brasil não aguenta reajuste”

Presidente disse que empresa fatura às custas da população. Lucro da petroleira no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 44,561 bilhões

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Presidente Jair Bolsonaro discursando
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro discursando - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar sobre a Petrobras neste sábado (7/5). Durante visita à Feira Nacional de Soja, no Rio Grande do Sul, o chefe do Executivo brasileiro afirmou que o Brasil não aguenta mais um reajuste de combustíveis. Em sua fala, Bolsonaro disse que a estatal “fatura dezenas de bilhões de reais às custas do povo brasileiro”.

Nesta semana, a Petrobras anunciou que registrou lucro de R$ 44,561 bilhões no primeiro trimestre de 2022 — resultado 3.718,4% maior do que o lucrado no mesmo período do ano passado, quando a estatal faturou R$ 1,167 bilhão.

“Essa semana vocês estão conhecendo um pouco mais do que é a Petrobras aqui no Brasil. Temos nichos, temos redutos ainda em nosso governo, espalhados por todo o Brasil, que não entenderam que todos nós estamos no mesmo barco”, afirmou o presidente.

“Eles sabem que o Brasil não aguenta mais um reajuste de combustível numa empresa que fatura dezenas de bilhões de reais por ano às custas do nosso povo brasileiro”, acrescentou.

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No entanto, segundo o relatório semanal da consultoria Global Petrol Prices realizado em início de março de 2022, o Brasil, na verdade, fica em 90º lugar no ranking mundial. O preço médio do litro de gasolina no país custa US$ 1,287. Em real, o valor seria R$ 6,56, muito mais elevado do que em países como a Venezuela, por exemplo
De acordo com o relatório, o país que faz fronteira com o Brasil tem o menor preço da gasolina. Por lá, o litro está custando aproximadamente US$ 0,025
Assim como na Venezuela, o preço da gasolina na Líbia também é um dos mais baixos do mundo. No país localizado no continente africano, o litro do combustível chega a US$ 0,032
No Irã, o litro de gasolina custa cerca de US$ 0,051; na Síria, US$ 0,316; na Argélia, US$ 0,321; na Angola, US$ 0,337; e, no Kuwait, custa US$ 0,346
Até então, na Rússia, que está em guerra com a Ucrânia, o litro do combustível custa US$ 0,373; no Cazaquistão, US$ 0,400; na Nigéria, US$ 0,400; na Malásia, US$ 0,491; na Bolívia, US$ 0,545; no Catar, R$ 0,577; na Colômbia, US$ 0,624; e, nas Maldivas, custa aproximadamente US$ 0,840
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Durante participação por videoconferência do Congresso Brasil Profundo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a gasolina brasileira é a mais barata do mundo. O pronunciamento aconteceu em meio a mais um aumento no preço do combustível no país

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No entanto, segundo o relatório semanal da consultoria Global Petrol Prices realizado em início de março de 2022, o Brasil, na verdade, fica em 90º lugar no ranking mundial. O preço médio do litro de gasolina no país custa US$ 1,287. Em real, o valor seria R$ 6,56, muito mais elevado do que em países como a Venezuela, por exemplo

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De acordo com o relatório, o país que faz fronteira com o Brasil tem o menor preço da gasolina. Por lá, o litro está custando aproximadamente US$ 0,025

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Assim como na Venezuela, o preço da gasolina na Líbia também é um dos mais baixos do mundo. No país localizado no continente africano, o litro do combustível chega a US$ 0,032

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No Irã, o litro de gasolina custa cerca de US$ 0,051; na Síria, US$ 0,316; na Argélia, US$ 0,321; na Angola, US$ 0,337; e, no Kuwait, custa US$ 0,346

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Até então, na Rússia, que está em guerra com a Ucrânia, o litro do combustível custa US$ 0,373; no Cazaquistão, US$ 0,400; na Nigéria, US$ 0,400; na Malásia, US$ 0,491; na Bolívia, US$ 0,545; no Catar, R$ 0,577; na Colômbia, US$ 0,624; e, nas Maldivas, custa aproximadamente US$ 0,840

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Na vizinha Argentina, o litro da gasolina custa R$ 0,976; no México, US$ 1,078; nos Estados Unidos, US$ 1,178; na Ucrânia, que está em guerra com a Rússia, até então, o litro da gasolina custa US$ 1,183 e, no Paraguai, US$ 1,208

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A diferença de preço de cada país varia conforme a taxação de impostos, já que todos os países compram o petróleo nos mercados internacionais pelos mesmos preços, mas submetem diferentes impostos

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No Brasil, a Petrobras anunciou recentemente o aumento de 18,8% na gasolina e de 24,9% no diesel nas refinarias. Já o gás de cozinha (GLP), a alta foi de 16,1%. Com o novo reajuste, o valor atual da gasolina no Brasil está acima dos R$ 7,00 por litro

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Momentos antes do balanço ser divulgado, o presidente Jair Bolsonaro criticou duramente os recentes lucros da estatal. Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, na última quinta-feira (5/5), ele disse, aos gritos, que é um “crime” e um “estupro” a empresa ter um lucro “abusivo” em períodos de crise.

Na live, o presidente apelou para a Petrobras não anunciar um novo aumento no preço dos combustíveis, o que, segundo Bolsonaro, “pode quebrar o Brasil”.

“Sei que [a Petrobras] tem acionistas. Mas quem são os acionistas? Fundos de pensões dos Estados Unidos. Nós estamos bancando pensões gordas nos Estados Unidos. Petrobras, estamos em guerra. Petrobras, não aumente mais o preço dos combustíveis. O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo. Vocês não podem mais aumentar mais os preços dos combustíveis”, disse o presidente na última quinta-feira.

No dia seguinte, o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, afirmou que a estatal manterá a política adotada atualmente para definir o valor dos combustíveis – a qual consiste em seguir os preços praticados pelo mercado. De acordo com ele, os resultados constituem fruto de uma “gestão responsável que tem sido feita nos últimos anos”.

“Não podemos nos desviar da prática de preços de mercado. É uma condição necessária para a geração de riqueza não só para a empresa, mas para toda a sociedade brasileira, fundamental para a atração de investimentos do país e para garantir o suprimento dos derivados que o Brasil precisa importar”, disse o presidente da estatal.

Entenda

A expectativa do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) era que o lucro da Petrobras, no primeiro semestre deste ano, chegasse aos R$ 42,6 bilhões.

No trimestre, a receita de vendas ficou em R$ 141,641 bilhões, o que corresponde a alta de 64,4% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. A escala no valor é ligada ao conflito na Ucrânia, que impulsionou o aumento no preço do petróleo.

No primeiro trimestre deste ano, a estatal registrou a venda de 2,46 milhões de barris de petróleo e gás natural equivalente (boe) por dia. Os números são quase iguais ao patamar dos 2,45 milhões de barris do mesmo período do ano passado.

De acordo com o último balanço da estatal, a venda de derivados no primeiro trimestre teve escalada de 2% em comparação ao mesmo período do ano passado. A comercialização da gasolina teve alta de 17,3%; já o diesel sofreu 2,1% de queda.

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