Bolsonaro volta a atacar isolamento: “Risco que corro”
Na posse do ministro Nelson Teich, o presidente voltou a criticar governadores, prefeitos e o STF
atualizado
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Durante a posse do novo ministro da Saúde, Nelson Teich, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), declarou que ele e o ministro Luiz Henrique Mandetta – que deixa o cargo nesta sexta-feira (17/04) – serão julgados pelas atitudes que tiveram contra o coronavírus. “A história, lá na frente, vai nos julgar”, assinalou o mandatário do país.
Em seu discurso, o chefe do Executivo atacou medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos e criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permitiu aos estados e municípios determinarem isolamento, apesar de a Presidência da República ser contra.
“Ele [Mandetta] está focado no seu ministério. A minha visão tem que ser mais ampla. Os riscos maiores estão sob minha responsabilidade. Eu não posso me omitir. É um risco que corro”, frisou.
Bolsonaro, ainda assim, agradeceu o trabalho de Mandetta, mas destacou que os dois tinham visões diferentes sobre o combate ao vírus.
O presidente voltou a afirmar que o comércio deve ser reaberto e disse que, aos poucos, as pessoas começam a acreditar nisso também. “O que eu acredito é que muita gente já está tendo consciência de que tem de abrir”, avaliou.
Nelson Teich
O médico oncologista Nelson Teich tomou posse como novo ministro da Saúde na manhã desta sexta-feira (17/04), em cerimônia no Palácio do Planalto. Ele não anunciou medidas em sua primeira fala à frente da pasta.
Teich evitou falar de mudanças imediatas nas regras de isolamento e distanciamento por conta do novo coronavírus, mas mostrou inclinação a dar mais atenção à retomada das atividades. A ideia seria dar fôlego à recuperação econômica.
“Sobre distanciamento social, não vai haver qualquer definição brusca ou radical do que vai acontecer. Vamos começar falando sobre a polarização que está acontecendo entre a Saúde e a Economia. Esse tipo de problema é desastroso porque trata estratégias complementares e sinérgicas como se fossem antagônicas”, disse o ministro, no primeiro pronunciamento, na quinta-feira (16/04).
Antes de assumir a pasta, Teich evitou criticar diretamente Mandetta, mas pontuou que o isolamento horizontal, com restrições de atividades não essenciais, era a melhor maneira de enfrentar a Covid-19 no momento.