Bolsonaro veta uso de dados de celular para buscar aglomerações
Medida estava em estudo pelas operadoras de telefonia celular e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia
atualizado
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O governo federal pretendia implantar, nesta semana, um programa de caça às aglomerações, que facilitam o espalhamento do coronavírus, por meio da geolocalização de celulares, mas o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou a ideia, alegando perigo à privacidade dos cidadãos.
O ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), chegou a divulgar um vídeo em suas redes sociais no fim da semana passada, anunciando a parceria com as operadoras de celular para montar uma espécie de mapa de calor em tempo real, que desse às autoridades locais dados sobre onde havia aglomeração de pessoas.
“Após avaliação da equipe e com base no precedente internacional, gravei vídeo sobre a ferramenta a ser implementada na semana seguinte. Um dia depois, sábado (11/09), o presidente me ligou e solicitou prudência com esta iniciativa e que a ferramenta só fosse usada após análises extras pelo governo. Assim, determinei que o vídeo e outros posts fossem retirados das redes sociais até o término das análises extras e aprovação final do governo”, justificou-se Pontes, em outra postagem. Veja:
Apesar da justificativa oficial, a reportagem apurou que o fato de o presidente Jair Bolsonaro ter uma posição crítica às quarentenas impostas por estados e municípios pesou na decisão.
O presidente já havia sido informado da oferta das telefônicas, ainda no final de março, e não havia vetado a ideia, mas agora mudou de posição.