Bolsonaro veta garantia de internet à rede pública de ensino
Ao vetar integralmente texto aprovado pelo Congresso, presidente justificou que “a medida dificulta o cumprimento da meta fiscal”
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou integralmente o projeto de lei que garantia acesso gratuito à internet por alunos e professores da rede pública de ensino. O projeto também iria beneficiar estudantes de escolas em comunidades quilombolas e indígenas.
A Câmara aprovou a matéria em dezembro de 2020 e o Senado enviou à sanção presidencial em fevereiro.
O texto previa repasse de R$ 3,5 bilhões pela União aos estados e ao Distrito Federal para que os gestores locais adotassem as medidas necessárias. Os valores incluiriam a compra de planos de internet móvel e de tablets para professores e alunos.
Segundo o projeto, as operadoras de telefonia móvel deveriam oferecer aos alunos, de instituições oficiais de educação básica, a gratuidade do tráfego de dados utilizado para a realização e o acompanhamento de atividades escolares remotas.
Ouvidos os ministérios da Economia e da Educação, o governo alegou que a matéria viola a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e dificulta o cumprimento da Regra de Ouro, norma prevista no texto constitucional que proíbe o governo de fazer dívidas para pagar despesas correntes.
“Embora se reconheça a boa intenção do legislador, a medida encontra óbice jurídico por não apresentar a estimativa do respectivo impacto orçamentário e financeiro”, justificou o governo nas razões para o veto.
“Além disso, a proposição aumenta a alta rigidez do orçamento, o que dificulta o cumprimento da meta fiscal e da Regra de Ouro.”
O governo também pontuou que “está empregando esforços para aprimorar e ampliar programas específicos para atender a demanda da sociedade por meio da contratação de serviços de acesso à internet em banda larga nas escolas públicas de educação básica”.
A palavra final sobre o texto cabe ao Congresso Nacional, que pode derrubar vetos presidenciais em sessão conjunta. Para que um veto seja rejeitado, são necessários 257 votos de deputados e 41 de senadores.
O veto integral foi publicado na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (19/3).
Veja a íntegra: