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Bolsonaro vai à posse do novo corregedor do CNJ, a quem já criticou

Luis Felipe Salomão foi alfinetado pelo presidente durante atuação como corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

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Luis Felipe Salomão, ministro do STJ
1 de 1 Luis Felipe Salomão, ministro do STJ - Foto: Reprodução/YouTube

O presidente Jair Bolsonaro (PL) vai participar da cerimônia de posse do ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que assumirá o cargo de corregedor nacional de Justiça, na próxima terça-feira (30/8), no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele já foi alvo de críticas do chefe do Executivo.

Luis Felipe Salomão vai assumir o cargo no lugar da ministra Maria Thereza de Assis Moura, que, nesta quinta-feira (25/8), toma posse como presidente do STJ. Bolsonaro também vai participar do evento, às 17h.

A Corregedoria Nacional de Justiça, que integra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), atua na orientação, na coordenação e na execução de políticas públicas voltadas para a atividade correcional e para o bom desempenho de tribunais e juízos do país.

Sua principal finalidade é alcançar maior efetividade na prestação jurisdicional, atuando com base nos princípios constitucionais de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Ministro do STJ desde 17 de junho de 2008, Salomão é formado em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi ministro encarregado da propaganda eleitoral nas eleições presidenciais de 2018 e corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas últimas eleições municipais, em 2020.

Desavenças

Durante sua atuação como corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Salomão acabou sendo alfinetado pelo chefe do Executivo.

Em 2021, ele foi responsável por autorizar a quebra dos sigilos, junto a operadoras de telefonia, de usuários identificados como responsáveis pelo ataque hacker ao grupo virtual Mulheres Unidas contra Bolsonaro durante as eleições de 2018. A apuração fazia parte dos processos que pediam a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão.

No mesmo ano, ainda durante a relatoria das ações que pediam a cassação da chapa, Salomão propôs que o TSE fixasse nova tese sobre o uso de aplicações digitais de mensagens instantâneas em eleições.

Para o ministro, os disparos em massa, contendo desinformação e inverdades em prejuízo de adversários e em benefício de candidato, devem configurar abuso de poder econômico ou uso indevido dos meios de comunicação social.

Na época, Bolsonaro já se mostrava contrário às iniciativas dos tribunais para frear a divulgação de mensagens em massa pelas redes sociais. Embora a atuação do corregedor no TSE já incomodasse, foi em agosto daquele ano que o presidente começou a mencioná-lo nominalmente.

A menção ocorreu depois que Salomão determinou a desmonetização de páginas bolsonaristas investigadas por disseminarem notícias falsas: “O senhor Salomão resolveu, numa canetada, mandar desmonetizar certas páginas de pessoas que têm criticado a falta de mais transparência por ocasião do voto”, pontuou, em entrevista à Rádio Capital Notícia, de Cuiabá (MT).

Já no fim do ano, Bolsonaro voltou a criticá-lo após uma decisão de cassação do mandato do deputado estadual do Paraná Fernando Francischini (PSL) por propagação de informações falsas sobre a urna eletrônica e o sistema de votação durante as eleições de 2018.

“Você pode ver: o TSE, há poucas semanas, cassou um deputado estadual do Paraná que, durante a campanha, no último dia da votação, faltava 10 minutos para encerrar as votações, e ele fez uma live criticando o sistema eleitoral. O TSE cassou o mandato dele agora e havia tido 400 mil votos”, disse o presidente.

“O TSE, através do corregedor Salomão, tem desmonetizado parte de pessoas que fazem qualquer crítica ao tribunal; ao sistema eleitoral de votação. Isso é um absurdo que acontece. […] Então, tem um abuso também, não vou dizer do TSE, mas do corregedor e de alguns outros que acompanharam o voto do relator. É um absurdo o que acontece nessas questões”, prosseguiu.

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A troca de farpas preocupa.  Em tentativa de minimizar os conflitos, o ministro Luiz Fux, inclusive, tentou realizar reunião entre os três Poderes. Contudo, logo voltou atrás e cancelou o encontro declarando que o presidente da República insiste em atacar integrantes do STF e colocar sob suspeição o processo eleitoral brasileiro
A declaração de Fux foi feita após Bolsonaro voltar a ameaçar a realização das eleições de 2022
“É uma resposta de um imbecil. Lamento falar isso para uma autoridade do STF. O que está em jogo é o nosso futuro e a nossa vida, não pode um homem querer decidir o futuro do Brasil na fraude”, disse o presidente
“Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa para quem ganhar no voto auditável e confiável. Dessa forma, corremos o risco de não termos eleições no ano que vem”, declarou
Durante as lives semanais, o assunto é recorrente. Bolsonaro prometeu que apresentaria, em uma delas, prova de fraudes eleitorais que supostamente ocorreram em 2014. No entanto, acabou alegando que “não tem como comprovar que as eleições foram fraudadas” e, mesmo assim, prosseguiu atacando o sistema eleitoral
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Desde eleito, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem travado grandes embates com a Justiça Eleitoral. Ele é, juntamente com aliados, uma das principais vozes no questionamento do processo brasileiro

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A troca de farpas preocupa. Em tentativa de minimizar os conflitos, o ministro Luiz Fux, inclusive, tentou realizar reunião entre os três Poderes. Contudo, logo voltou atrás e cancelou o encontro declarando que o presidente da República insiste em atacar integrantes do STF e colocar sob suspeição o processo eleitoral brasileiro

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A declaração de Fux foi feita após Bolsonaro voltar a ameaçar a realização das eleições de 2022

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“É uma resposta de um imbecil. Lamento falar isso para uma autoridade do STF. O que está em jogo é o nosso futuro e a nossa vida, não pode um homem querer decidir o futuro do Brasil na fraude”, disse o presidente

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“Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa para quem ganhar no voto auditável e confiável. Dessa forma, corremos o risco de não termos eleições no ano que vem”, declarou

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Durante as lives semanais, o assunto é recorrente. Bolsonaro prometeu que apresentaria, em uma delas, prova de fraudes eleitorais que supostamente ocorreram em 2014. No entanto, acabou alegando que “não tem como comprovar que as eleições foram fraudadas” e, mesmo assim, prosseguiu atacando o sistema eleitoral

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Em resposta, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por unanimidade, portaria da Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral para a instauração de um inquérito administrativo contra Bolsonaro. Além disso, pediram ainda que o incluíssem em outro inquérito, o das fake news

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Bolsonaro, por sua vez, criticou o inquérito e ameaçou o STF. “O meu jogo é dentro das quatro linhas, mas se sair das quatro linhas, sou obrigado a sair das quatro linhas. O Moraes, ele investiga, ele pune e ele prende. Se eu perder as eleições vou recorrer ao próprio TSE? Não tem cabimento”, afirmou em entrevista ao canal da Jovem Pan

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Após a declaração de Bolsonaro, Alexandre de Moraes postou no twitter que “ameaças vazias e agressões covardes não afastarão o STF de exercer sua missão constitucional de defesa e manutenção da democracia e do Estado de direito”

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Jair Bolsonaro reclamou da retirada de veículos blindados

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Como consequência da ação, o TSE enviou ao STF uma notícia-crime contra o presidente

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Recentemente, o conflito entre Jair e o TSE ganhou novos capítulos. Isso porque Bolsonaro passou a estimular um clima de disputa entre o TSE e as Forças Armadas

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Durante lives semanais, o chefe do Executivo federal acusou o TSE de “carimbar como confidenciais” sugestões dos militares para aprimorar a segurança das urnas eletrônicas e voltou a colocar em dúvida a segurança do sistema de contagem dos votos

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