Bolsonaro vai a ministério discutir situação de Guedes em meio à crise
A conversa entre o presidente e o ministro da Economia acontece um dia após quatro demissões na pasta
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se reúne nesta sexta-feira (22/10) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, no prédio da pasta, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A conversa ocorrerá um dia após o chefe do Executivo ter descartado rumores sobre a saída do ministro, em decorrência de quatro demissões na equipe econômica do governo.
O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram para sair dos cargos, na quinta-feira (21/10). A debandada gerou boatos de que Guedes estaria insatisfeito com a pressão para furar o teto de gastos e também cogitaria pedir demissão.
“Paulo Guedes continua no governo, e o governo segue na política de reformas. Defendemos as reformas que estão andando no Congresso Nacional, esse é o objetivo”, disse Bolsonaro sobre os rumores, ainda na quinta-feira, à CNN Brasil.
O presidente também declarou que gostaria que o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, permanecessem na equipe econômica.
Outras saídas
Após Funchal e Bitterncourt, a secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araújo, também pediram exoneração de seus cargos. Oficialmente, as duas saídas ocorreram por “razões pessoais”.
As saídas ocorrem num momento de descontentamento da equipe econômica com a possível mudança no teto de gastos para acomodar despesas com o novo Auxílio Brasil e o “auxílio-diesel”, anunciado nessa quinta pelo presidente.
De acordo com a pasta, os pedidos de demissão ocorrem por motivos de ordem pessoal. “Funchal e Bittencourt agradecem ao ministro pela oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do país”, afirmou a Economia.
Mercado derrete
Os rumores a respeito de um pedido de demissão do ministro e a possibilidade de furo do teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil repercutiram negativamente no mercado financeiro.
Às 12h26 desta sexta, a moeda americana operava em disparada, chegando a R$ 5,75, subindo a 1,46%. Perto do mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), caía 3,63%, atingindo 103.823 pontos.