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Bolsonaro turbina Codevasf, estatal preferida do Centrão, diz jornal

Presidente expandiu para outras regiões a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Bolsonaro no Congresso
1 de 1 Bolsonaro no Congresso - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A estratégia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para controlar o Congresso foi além da criação de um orçamento secreto de R$ 3 bilhões. Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, Bolsonaro também expandiu e turbinou a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal loteada pelo Centrão, que vai aplicar cerca de um terço desses recursos, por imposição dos políticos que a controlam.

Criada à época da ditadura para desenvolver as margens do Rio São Francisco, o Velho Chico, a Codevasf conseguiu orçamento recorde de R$ 2,73 bilhões em 2021, composto principalmente por emendas.

Segundo o jornal, a empresa se tornou a preferida de deputados e senadores, principalmente do Centrão, pela capacidade de executar obras e entregar máquinas aos municípios e estados mais rapidamente do que o governo. Isso porque a estatal possui regras de contratação mais flexíveis do que um ministério.

Ampliação da Codevasf

A área original da Codevasf incluía apenas Alagoas, Bahia, um pedaço de Goiás e de Minas, Pernambuco e Sergipe – por onde correm o rio, seus afluentes e subafluentes –, além de Brasília, sede da companhia.

Por decisão de Bolsonaro, a Codevasf também atende agora o Amapá, reduto do senador Davi Alcolumbre (DEM), ex-presidente do Senado; o Rio Grande do Norte, base do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (sem partido); e a Paraíba, do deputado Wellington Roberto, líder do PL na Câmara.

Desde que Bolsonaro assumiu a Presidência, a área de atuação da Codevasf cresceu de 27,05% para 36,59% do território nacional. Chegou ao sul da Bahia, passou a cobrir quase todo o Ceará, o litoral de Pernambuco, o sul de Goiás e grandes trechos do Pará e de Minas, atingindo a divisa de São Paulo.

O diretor-presidente da Codevasf é o engenheiro baiano Marcelo Moreira, ex-funcionário da Odebrecht, indicado em 2019 pelo deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), com respaldo do então ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, hoje chefe da Casa Civil.

O Progressistas, por sua vez, tem dois nomes na diretoria executiva da Codevasf: Luís Napoleão Casado Arnaud Neto, homem da confiança do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na diretoria da Área de Gestão dos Empreendimentos de Irrigação; e Davidson Tolentino de Almeida, ligado ao presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), na diretoria da Área de Revitalização de Bacias Hidrográficas.

O diretor de Desenvolvimento Integrado e Infraestrutura da Codevasf, Antônio Rosendo Neto Júnior, também tem um padrinho, o senador governista Roberto Rocha (sem partido-MA).

Procurada, a Codevasf disse que as “nomeações atendem a disposições legais e os normativos internos”. O Palácio do Planalto não se manifestou.

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