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“Bolsonaro tenta marchar sobre a democracia”, diz vice da Câmara

Marcelo Ramos criticou presidente por anúncio de veto ao Fundo Eleitoral. Parlamentar e presidente têm centralizado série de embates

atualizado

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Deputado Marcelo Ramos
1 de 1 Deputado Marcelo Ramos - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A troca de farpas entre o vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ganha mais um capítulo. Agora, o parlamentar acusa o chefe do Palácio do Planalto de atentar contra a democracia.

Em vídeo publicado na manhã desta quarta-feira (21/7) no Twitter, Ramos, em reposta às recentes declarações de Bolsonaro, subiu o tom.

“Com essa mentira deslavada sobre o Fundo Eleitoral, o presidente Bolsonaro não tenta marchar sobre um, ele tentar marchar sobre a Câmara dos Deputados e sobre a democracia“, frisou.

A declaração é em resposta ao anúncio feito por Bolsonaro na terça-feira (20/1), que afirmou que vai vetar o reajuste do  Fundo Eleitoral “em respeito ao povo brasileiro”.

“Resta saber se quando chegar à porta da Câmara dos Deputados ele vai achar gente que passe para o lado dele, gente que abra passagem para ele entrar ou gente que se entrincheire na defesa da democracia”, ponderou.

O parlamentar ainda fez questão de se posicionar em lado antagônico ao do presidente. “Eu não tenho dúvidas de que lado estarei. Estarei do lado daqueles que irão se entrincheirar. para defender a democracia e os direitos da nossa gente, que não precisa de crise, precisa de emprego, comida na mesa e vacina no braço”, salientou.

A polêmica gira em torno do o aumento do Fundo Especial de Financiamento de Campanha em 2022, chamado de Fundo Eleitoral.

A proposta aprovada no Congresso Nacional dentro do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022 garante um montante de R$ 5,7 bilhões para as próximas eleições.

O valor é 185% maior do que o gasto em 2020, sem descontar a inflação, quando os partidos tiveram R$ 2 bilhões. Em 2018, último ano de eleições presidenciais, os partidos tiveram R$ 1,7 bilhão.

Cobrança de reação

Ramos e Bolsonaro têm travado embates nos últimos dias. O parlamentar, segundo o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, cobrou do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), uma reação aos ataques que sofreu.

Ainda no domingo (18/7), dia em que o chefe do Palácio do Planalto culpou Ramos pela aprovação do Fundo Eleitoral, Ramos ligou para Lira.

Na conversa, Ramos pediu que o presidente da Casa declarasse publicamente que o acordo para elevar o valor do fundo foi fechado em uma reunião de líderes conduzida por Lira na residência oficial.

Lira, por sua vez, já tem defendido o vice-presidente da Câmara nos bastidores e Bolsonaro estaria irritado com Ramos por ataques feitos pelo deputado ao presidente da República.

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