Bolsonaro tem menos da metade da aprovação do Ministério da Saúde
Liderança do presidente na crise do coronavírus é bem vista por 33% dos entrevistados pelo Datafolha; a ação da pasta é aprovada por 76%
atualizado
Compartilhar notícia
Em meio à disputa aberta que abriu com governadores e à guerra fria com seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu na tarde desta sexta-feira (03/04) mais um sinal de que está ficando cada vez mais isolado: pesquisa Datafolha publicada pelo jornal Folha de S.Paulo registra que a liderança do chefe do Executivo federal na crise do coronavírus tem avaliação muito pior do que a dos rivais que escolheu.
O Ministério da Saúde viu seu índice de aprovação saltar de 55% para 76%, na pesquisa feita entre quarta-feira (01/04) e a manhã desta sexta (03/04), por telefone (como medida de impedir contágio via contato pessoal), justamente período em que as tensões entre o presidente e o ministro foram escancaradas. Quem gosta da postura de Bolsonaro, defensor do afrouxamento das medidas de isolamento, caiu de 35% para 33% – dentro da margem de erro, de três pontos percentuais para mais ou para menos, mas ainda assim de menos da metade da taxa da Saúde.
Também a reprovação dos dois polos dessa disputa são muito diferentes: a pasta de Mandetta viu o índice cair de 12% para 5%, enquanto Bolsonaro viu seu papel na crise ser criticado por 39% (quase oito vezes superior à taxa do ministério) – eram 33% na pesquisa anterior, feita de 18 a 20 de março.
Governadores e prefeitos também têm avaliação mais generosa do que a concedida ao presidente. A postura dos chefes dos Executivos estaduais é bem vista por 58% dos brasileiros, com os prefeitos ficando com 50% – Bolsonaro, vale lembrar, teve 33% nesse indicador.
O levantamento ouviu 1.511 pessoas. Desde a última quarta-feira, Bolsonaro voltou a atacar governadores, como João Doria, de São Paulo, e Wilson Witzel, do Rio de Janeiro; afirmou ter um “decreto pronto” para mandar reabrir todo o comércio, no país inteiro; e criticou duramente Mandetta em entrevista à rádio Jovem Pan – chegou a dizer que “faltou humildade” a seu ministro.