Bolsonaro sugere que Lula quer adotar modelo chinês e acabar com CLT
Presidente ainda afirmou ser “inaceitável” que alguém como Lula tenha apoio da maioria do povo brasileiro
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar, nesta quarta-feira (29/9), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem acusou de querer adotar o modelo econômico chinês no Brasil, caso eleito novamente presidente da República em 2022.
Segundo Bolsonaro, para tanto, seria necessário acabar com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e direitos trabalhistas como o 13º salário, férias, FGTS e hora extra.
“Agora há pouco, assisti a um vídeo do ex-presidente Lula dizendo que o modelo econômico da China é o que deve ser imposto no Brasil”, apontou.
Bolsonaro afirmou que não iria discutir o modelo econômico da China. “Mas, obviamente, o primeiro passo que deveria ser feito aqui no Brasil se esse cara viesse a ocupar a Presidência, para seguir o modelo chinês, seria acabar com a CLT, seria acabar com o 13º, acabar com as férias, acabar com o Fundo de Garantia, acabar com a hora extra. Ou seja, manter um regime de trabalho ao nosso povo que nós não poderíamos aceitar. A China com o seu regime, o Brasil com o seu”, disse Bolsonaro em agenda em Boa Vista (RR).
Em junho, em entrevista ao site Guancha, de Xangai, Lula elogiou o Partido Comunista Chinês pela condução da pandemia e disse que o país pode fazer o que faz porque conta com um partido político forte.
Na sequência, Bolsonaro disse ser inaceitável que alguém como Lula tenha apoio da maioria do povo brasileiro. “Não podemos aceitar que alguém que já foi presidente, que se apresenta como candidato para voltar à Presidência com essa proposta tenha o apoio da maioria do povo brasileiro”.
A última edição da pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada no dia 17 de setembro, mostrou Lula à frente de Bolsonaro com 27% das intenções de voto contra 20%. No segundo turno, o petista passaria à frente com 56%, contra 31% do atual presidente.
Venezuela
Bolsonaro ainda voltou a criticar a situação na Venezuela e disse que irá a Pacaraima no próximo mês para acompanhar a situação dos refugiados venezuelanos que entram no Brasil pela fronteira da cidade.
“Quem poderia imaginar, nos anos 90, que a riquíssima Venezuela, com recursos minerais incalculáveis, pudesse estar com seu povo na miséria como hoje em dia? Não foi de uma hora para outra, mas aos poucos”, lembrou o presidente.
E citou que “governantes sem amor à liberdade e à democracia” cooptaram o povo com benefícios, “como gasolina a um centavo o litro, com projetos sociais bastante polpudos, quando o petróleo batia 130 dólares o barril. Quando o petróleo baixou a 30 dólares o barril, veio a realidade”, continuou.
“Aquele governo lá atrás, apoiado pelo presidente da República do Brasil naquela época, começou a impor a ditadura na Venezuela”, prosseguiu.