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Bolsonaro sugere que China criou coronavírus para ter “guerra química”

“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou porque um ser humano ingeriu um animal inadequado”, disse no Palácio do Planalto

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Presidente Jair Bolsonaro
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a insinuar que a China pode ter “criado” o novo coronavírus, causador da Covid-19, como forma de desencadear uma “guerra química”.

As declarações ocorreram nesta quarta-feira (5/5) no Palácio do Planalto, durante a abertura da Semana das Comunicações – iniciativa do ministro das Comunicações, Fábio Faria, em alusão à data que celebra, nacionalmente, esse tema.

“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu porque um ser humano ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra?”, salientou.

A afirmação contraria a informação fornecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A entidade frisa que o novo coronavírus provavelmente teve origem animal. O Sars-Cov-2 foi detectado inicialmente no país asiático.

“Qual o país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês”, insinuou Bolsonaro. Apesar de o presidente não ter citado nomes, a China foi o único país a crescer durante 2020, com um aumento de 2,3% em seu Produto Interno Bruto (PIB).

Relação conturbada

Desde o início da pandemia, Bolsonaro insiste em afirmar que a China é responsável pela proliferação do coronavírus. O discurso foi o mesmo adotado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Para o Brasil, a China continua sendo o maior parceiro comercial.

Um dos exemplos das investidas do presidente contra o país asiático foi a comemoração da suspensão dos testes da vacina do laboratório chinês Sinovac após o registro de um “evento adverso” com um voluntário. “Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu no Twitter.

Evento 5G

Bolsonaro participou, na manhã desta quarta-feira, de demonstrações das aplicações práticas do uso da nova tecnologia 5G Standalone no Brasil. A exibição contou com estandes das grandes empresas que comercializam o serviço de 5G, como Huawei, Nokia e Qualcomm.

Entre as instituições que querem concorrer ao leilão do 5G, há uma disputa em torno da Huawei, empresa chinesa que é acusada pelo governo americano de roubar dados e propriedade intelectual de usuários para fornecer ao governo chinês.

Integrantes da ala ideológica do governo Bolsonaro apresentam resistência à participação da empresa no leilão do 5G, mas até o momento não há nenhum impedimento legal no certame, que deve ser realizado ainda no primeiro semestre de 2021.

Os chineses têm negado as acusações dos americanos e dizem que não há provas de que a Huawei ofereça qualquer risco à segurança dos dados. A empresa atualmente opera na modalidade em países como Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Kuwait, Suíça, Alemanha, Coreia do Sul e China. No Brasil, a Huawei é responsável por 45% do mercado de equipamentos para o setor no Brasil.

O discurso de Bolsonaro crítico à China foi proferido minutos antes, no Palácio do Planalto, quando participava da abertura da Semana das Comunicações — iniciativa da pasta comandada por Fábio Faria, em alusão ao Dia Nacional das Comunicações. Na ocasião, foi anunciada parceria entre Banco do Brasil e Sebrae para levar internet a mil municípios do país, ação que faz parte do programa Wi-Fi Brasil.

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O ministro das Comunicações, Fábio Faria, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o vice-presidente Hamilton Mourão, e o ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, durante evento no Palácio do Planalto
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) discursa durante evento, no Palácio do Planalto
Ministro das Comunicações, Fábio Faria, e presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
O presidente Jair Bolsonaro discursa no Palácio do Planalto
O vice-presidente Hamilton Mourão, e o ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, durante evento no Palácio do Planalto
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O presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto

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