Bolsonaro sobre troca na Saúde: “Partir para parte mais agressiva”
Presidente disse que a “política de vacinação em massa continuará cada vez mais presente” no governo federal
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (15/3) que a “política de vacinação em massa continuará cada vez mais presente” no governo federal.
“Vale lembrar que o Brasil é o quinto país, em valores absolutos, que mais vacina no mundo. Então, o trabalho do [general Eduardo] Pazuello está muito bem feito. A parte de gestão foi muito bem feita por ele. E, agora, vamos partir para uma parte mais agressiva no tocante ao combate ao vírus”, afirmou o presidente a apoiadores, no Palácio da Alvorada, ao confirmar a escolha do médico cardiologista Marcelo Queiroga para o Ministério da Saúde.
Bolsonaro, entretanto, não deu detalhes sobre o que seria e como seria essa “parte mais agressiva”.
De acordo com o Our World In Data, o Brasil já vacinou 10.081.771 pessoas com a primeira dose vacina contra a Covid-19 e outras 3.672.422 pessoas com a segunda dose. No total, foram aplicadas 13.754.193 doses em todo o país.
A simpatizantes, Bolsonaro ainda disse que o novo ministro “tem tudo para fazer um bom trabalho” e que ele é “muito mais entendido na questão da saúde”.
Novo ministro
O médico Marcelo Queiroga foi escolhido por Bolsonaro no início da noite desta segunda, em meio às críticas sobre como governo vinha conduzindo a pandemia, que se aproxima de 280 mil óbitos.
Com a nova mudança no Ministério da Saúde, o médico será o quarto a ocupar o cargo desde o início do governo Bolsonaro, em 2019.
O presidente começou o mandato ao lado do também médico Luiz Henrique Mandetta, que permaneceu no cargo de ministro por um ano e quatro meses. A exoneração do então ministro ocorreu em 16 de abril, ainda no início da crise do coronavírus.
Bolsonaro e Mandetta discordavam sobre como lidar com o combate à pandemia. O ex-ministro apoiava medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos, constantemente atacadas por Bolsonaro.
O médico também se negou a endossar o uso geral de medicamentos sem comprovação científica no tratamento da Covid-19, como defendeu o chefe do Executivo no início da pandemia, a exemplo da cloroquina.
Para o lugar de Mandetta, Bolsonaro escolheu o oncologista Nelson Teich, que permaneceu no cargo durante 28 dias. No período em que comandou a pasta, Teich manteve o posicionamento adotado por Mandetta, em defesa do isolamento social e contrário ao uso de medicamentos sem eficácia no tratamento da doença.
O oncologista, inclusive, negou-se a alterar o protocolo do Ministério da Saúde sobre o “tratamento precoce” da Covid-19. Dias depois, já com o general Pazuello no comando interino da pasta, o governo divulgou uma nota informativa com orientações para “manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19”.
Quem é Marcelo Queiroga
Marcelo Queiroga, de 55 anos, é médico formado pela Universidade Federal da Paraíba. Ele fez residência médica no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro, e treinamento em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, na Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Atualmente é responsável pelo Departamento de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Hospital Alberto Urquiza Wanderley, em João Pessoa (PB), e é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
O médico tem no currículo intensa atuação na Associação Médica Brasileira (AMB) e na Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), que também presidiu.
É casado com uma pediatra e tem três filhos – uma é médica, outro está a caminho da mesma formação, e o terceiro filho é advogado.