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Bolsonaro sobre taxar grandes fortunas: “É crime ser rico no Brasil?”

Tributo está previsto na Constituição brasileira de 1988, mas nunca foi regulamentado e, por isso, não pode ser aplicado

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Presidente Jair Bolsonaro , durante apresentação das ações para desburocratização e atração de investimentos para setor de turismo 3
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro , durante apresentação das ações para desburocratização e atração de investimentos para setor de turismo 3 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou, nesta segunda-feira (2/8), que não deve criar imposto sobre grandes fortunas no Brasil.

Durante evento de assinatura do “Acordo de Cooperação Técnica Água nas Escolas”, no Ministério da Cidadania, o chefe do Executivo mencionou a França como exemplo de país que adotou a taxação e passou por um período de fuga de capital.

“Alguém conhece algum empresário socialista? Algum empreendedor comunista? Alguns querem que eu taxe grandes fortunas no Brasil. É um crime agora ser rico no Brasil? A França há poucas décadas fez isso, e o capital foi para a Rússia”, disse o presidente.

Bolsonaro ainda voltou a falar sobre o aumento da carga tributária e citou o preço da carne na Argentina como exemplo.

“Alguns querem que se aumente a carga tributária, que tabele preços como a Argentina fez com a carne. Congelou por trinta dias a exportação de carne, e o que aconteceu? Não só faltou no mercado, como subiu de preço. [Tem gente] achando que com canetada dá para você controlar a economia e atender a todos”, declarou.

O imposto sobre Grandes Fortunas é um tributo previsto na Constituição brasileira de 1988, mas nunca foi regulamentado e, por isso, não pode ser aplicado. Trata-se de um imposto federal, ou seja, de competência exclusiva da União para sua instituição e aplicação.

Presidente volta a criticar sistema eleitoral

No evento desta segunda, o presidente Jair Bolsonaro ainda voltou a criticar o atual sistema eleitoral e, ao defender o voto impresso, afirmou que “o inimigo está aí”.

Recentemente, o chefe do Executivo federal foi aconselhado por aliados a adotar um discurso menos agressivo sobre o assunto, mas Bolsonaro sinalizou que manterá sua postura.

O presidente tem intensificado ataques ao atual sistema eleitoral — direcionados ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso — e prega que as urnas eletrônicas permitem fraude. Bolsonaro já admitiu não ter provas das acusações.

O presidente é defensor do voto impresso e já afirmou, em tom de ameaça, que caso o modelo não seja implementado no pleito do próximo ano, pode não haver eleição.

“‘Ah tem que ter cautela, cuidado com as palavras’. O inimigo está ai. O risco está ai”, afirmou Bolsonaro.

“Nós temos que ter eleições limpas, democráticas que possam ser auditadas. […] Por que um não quer eleições democráticas, o voto democrático? Nós temos que abaixar a cabeça? Estão com medo do que? Qual o poder do presidente do TSE ir para dentro do Parlamento e rapidamente fazer a cabeça de várias lideranças partidárias para trocar integrantes de comissão? Para não ter o voto impresso?”, atacou.

 

 

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