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Bolsonaro sobre ser alvo da CPI: “Muitos roubaram dinheiro, desviaram”

Presidente acusou governadores e prefeitos de desviarem recursos federais e atacou CPI: “Querem fazer um carnaval fora de época?”

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Bolsonaro em ação no STF: decretos do DF, RS e BA são estado de sítio
1 de 1 Bolsonaro em ação no STF: decretos do DF, RS e BA são estado de sítio - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, na manhã desta quarta-feira (28/4), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que vai investigar ações e omissões do governo federal na pandemia de Covid-19. O colegiado foi instalado terça (27), no Senado Federal.

O mandatário também acusou governadores e prefeitos de desviarem recursos federais destinados à saúde.

“A CPI vai investigar o quê? Eu dei dinheiro para os caras. No total, foram mais de R$ 700 bilhões, auxílio emergencial no meio. Muitos roubaram dinheiro, desviaram. Agora, vem uma CPI para investigar minha conduta?”, questionou.

Crítico de medidas de restrição de circulação, o presidente voltou a comparar a atuação de chefes de Executivos locais a um estado de sítio e colocou em dúvida a responsabilização de governadores e prefeitos por eventos erros.

“Em um simples decreto, os caras têm mais poder do que um estado de sítio. No estado de sítio, se fizer alguma coisa errada, eu sou responsabilizado e os prefeitos, agora, vão ser responsabilizados por essa CPI? Será que essa CPI vai ouvir prefeitos e governadores que baixaram decreto para confiscar, como em Sergipe, a propriedade privada?”

Carnaval fora de época

O presidente continuou a atacar as medidas adotadas pelos estados: “Lá no Ceará, que para sair de um estado ou cidade, para outra, tem que ter autorização, um motivo justificado, toque de recolher, pancada de gente que tá na rua. A CPI vai chamar ou vai querer fazer um carnaval fora de época? Vão se dar mal, se aqui eles estão com essa intenção, lá tem gente bem intencionada — não é que me defende — gente bem-intencionada. Um outro lá que quer fazer uma onda lá.”

Bolsonaro também disse que, se contrair o vírus novamente, voltará a fazer uso da cloroquina, medicamento cuja eficácia no tratamento da Covid-19 não é comprovada. Além da falta de estudos científicos, o remédio também pode causar reações adversas em pacientes com Covid-19.“Se eu tiver um novo vírus, eu vou tomar de novo. Me safei em menos de 24 horas, assim como milhões de pessoas”, afirmou.

A conversa de Bolsonaro com simpatizantes foi registrado em vídeo e divulgada por um canal no YouTube simpático ao presidente.

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Presidente Bolsonaro, junto ao ministro da economia, Paulo Guedes, cumprimenta apoiadores na saída do Palácio da Alvorada
Presidente Bolsonaro, junto ao ministro da Economia, Paulo Guedes, cumprimenta apoiadores na saída do Palácio da Alvorada
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Vacinação

O chefe do Executivo federal voltou a dizer que não pretende ser imunizado de imediato. Bolsonaro tem 66 anos e já poderia ser vacinado conforme o cronograma de imunização do Distrito Federal.

“Agora, a questão da vacina. Quando o último tomar a vacina, eu tomo, depois que último tomar a vacina. Tem gente apavorada, então toma na minha frente. Eu sou chefe de Estado, tenho que dar exemplo. O meu exemplo é esse: deixar, já que não tem pra todo mundo ainda, né? O mundo todo não tem vacina ainda, tome na minha frente. Sempre foi assim, eu sou o último a comer no quartel, dei exemplo”, afirmou a apoiadores.

Na terça, em reunião do Conselho de Saúde Complementar, sem saber que estava sendo gravado, o ministro da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, disse que tomou a vacina contra a Covid-19 escondido, já que o Planalto não queria “fazer alarde”. Nesta quarta, Ramos aparece ao lado de Bolsonaro na gravação da conversa com apoiadores.

“Tomei escondido, né, porque a orientação era para não criar caso, mas vazou. Eu não tenho vergonha, não. Tomei e vou ser sincero. Como qualquer ser humano, eu quero viver, pô. E se a ciência está dizendo que é a vacina, como eu posso me contrapor?”, questionou Ramos.

O ministro ainda disse que está tentando convencer o presidente a se vacinar. “Eu estou envolvido pessoalmente tentando convencer o nosso presidente [a tomar a vacina], independente de todos os posicionamentos. Nós não podemos perder o presidente por um vírus desse. A vida dele, no momento, corre risco – ele tem 65 anos”, falou.

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