Bolsonaro sobre se vacinar: “Dou meu lugar para quem está apavorado”

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta sexta-feira (11/6), que sua forma de dar exemplo na campanha de imunização contra a Covid-19 é cedendo sua vez na vacinação.

“Eu, como chefe de Estado, vou dar meu lugar a vocês, vou ser o último a ser vacinado. Eu tenho que dar exemplo. Alguns acham que o exemplo é se vacinar. Não: exemplo é dar lugar para quem está apavorado. Tem gente apavorada aí dentro de casa esperando sair depois de ser vacinada”, disse a repórteres na saída do Palácio da Alvorada.

O presidente, que tem 66 anos, poderia ter se vacinado desde 3 de abril, quando o Governo do Distrito Federal (GDF) abriu a possibilidade para pessoas da faixa etária ele. O chefe do Executivo nacional, porém, tem se recusado a se vacinar e disse que será o último a ser imunizado no Brasil.

Apesar das declarações críticas à vacina feitas pelo presidente, seus ministros têm se vacinado conforme o cronograma de imunização do DF.

Luiz Eduardo Ramos, ministro da Casa Civil, receberá a segunda dose de vacina contra a Covid em julho. O general, de 64 anos, recebeu a primeira dose da AstraZeneca em 18 de abril. Uma semana depois, disse em uma reunião que havia se vacinado “escondido”, seguindo orientações do Planalto.

Nessa mesma reunião, Ramos disse que Jair Bolsonaro corre risco, e que estava empenhado em convencer o presidente a se imunizar. Bolsonaro, com 66 anos, poderia ter recebido a vacina em Brasília desde 3 de abril.

Dispensa das máscaras

Na quinta-feira (10/6), Bolsonaro disse que mandou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fazer um parecer para desobrigar o uso de máscaras por pessoas que já tiveram Covid-19 e por vacinados. O presidente já contraiu a Covid-19 em meados do ano passado.

Nesta semana, Bolsonaro voltou a atacar as vacinas, dizendo, incorretamente, que os imunizantes estão em fase experimental.