Bolsonaro sobre Santa Cruz: “Não falei nada de mais”
Presidente disse que dará explicações ao Supremo Tribunal Federal, atendendo a pedido do ministro Barroso
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que vai enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) vídeo e degravação das declarações que fez sobre as circunstâncias da morte de Fernando Santa Cruz, em 1974, durante a ditadura militar.
“Não falei nada de mais [sobre a morte de Fernando]. Vou entregar um vídeo, fazer a degravação e mandar. Tenho live [no Facebook] e a conversa aqui com vocês [jornalistas]”, apontou Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada, na manhã desta sexta-feira (02/08/2019).
Fernando é pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, que, no início desta semana, foi alvo do chefe do Executivo. Ao criticar a posição da entidade em relação à apuração do atentado à faca sofrido durante a campanha eleitoral, Bolsonaro disse que sabia das condições da morte de Fernando e poderia contar a Felipe, se ele quisesse saber.
Após polêmica declaração, o presidente da OAB entrou com uma interpelação judicial no STF. O ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no Supremo, deu 15 dias para Bolsonaro explicar as declarações, embora isso não seja obrigatório por se tratar do chefe do Executivo.
“O próprio ministro disse que eu não tenho essa obrigação [de se explicar ao STF], mas é só transcrever o que eu falei para vocês aqui. Eu falei sobre o que eu tive conhecimento na época, eu não ofendi o pai dele”, justificou o chefe do Executivo.
Bolsonaro voltou a citar a morte do jornalista Edson Régis de Carvalho, em 1966, em um atentado à bomba no aeroporto de Recife, como exemplo de ação armada promovida pelo grupo Ação Popular. O chefe do Executivo sustenta que o pai do presidente da OAB fazia parte desse grupo, que ele considera “o mais sanguinário” contra o regime militar.
“Por coincidência, eu recebi ontem [quinta-feira] o filho do jornalista Régis, que morreu em consequência de uma bomba no aeroporto de Recife, em 1966. E quem botou aquela bomba foi a turma da Ação Popular, a qual integrava o pai do presidente da OAB. Ele tinha 14 anos, naquela época, era jovem. Eu tenho uma matéria da Veja, nas páginas amarelas, dizendo que, em especial no Rio de Janeiro, [o grupo] arrebanhava a garotada com 14 anos de idade na escola”, citou.