Bolsonaro sobre quem “ousa” desafiá-lo: “Quem dá ultimato não sou eu, é o povo”
Presidente disse ainda que se alguém sair das quatro linhas da Constituição, mostrará que pode “fazer valer” vontade e força do povo
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta sexta-feira (3/9) que o povo dará um “ultimato” a quem ousar desafiar o governo. O mandatário fazia referência aos atos convocados para o próximo 7 de Setembro.
“Nós não precisamos sair das quatro linhas da Constituição. Ali temos tudo o que precisamos, mas, se alguém quiser jogar fora dessas quatro linhas, nós mostraremos que poderemos fazer também valer a vontade e a força do seu povo”, disse em discurso durante cerimônia na Bahia, onde cumpre agenda nesta sexta.
“Após o 7 de Setembro, o que ficará para todos nós com essa demonstração gigante de patriotismo visto em todos os quatro cantos do nosso Brasil, eu duvido que aqueles um ou dois que ousam nos desafiar, desafiar a Constituição, desrespeitar o povo brasileiro, saberão voltar para o seu lugar. Quem dá esse ultimato não sou eu. É o povo brasileiro. Povo esse ao qual repito nós todos, políticos, devemos lealdade”, prosseguiu.
Bolsonaro pretende participar dos atos pela manhã, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e à tarde, na Avenida Paulista. Em São Paulo, ele espera falar para 2 milhões de pessoas.
No mesmo dia, movimentos da oposição convocaram atos para se contrapor ao governo federal. Os protestos ocorrerão em locais separados, tanto na capital federal quanto na capital paulista, e são organizados sob forte esquema de segurança.
A principal preocupação das autoridades em Brasília é com invasões ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso Nacional. A Polícia Militar fará um grande esquema de segurança nos arredores desses prédios, na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes.
Algumas das convocações têm adotado contornos golpistas, pedindo, inclusive, o fechamento do Supremo e do Congresso, e intervenção militar.
Nesta sexta, Bolsonaro disse, ainda, que “essas uma ou duas pessoas” que estariam agindo fora da legalidade precisam “entender o seu lugar”. Ele não citou nomes, mas tem disparado críticas a dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): Luís Roberto Barroso, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e Alexandre de Moraes.
“Essas uma ou duas pessoas têm que entender o seu lugar. E o recado de vocês, povo brasileiro, nas ruas, na próxima terça-feira dia 7, será o ultimato para essas duas pessoas. Curvem-se à Constituição, respeitem a nossa liberdade, entendam que vocês dois estão no caminho errado porque sempre dá tempo para se redimir. Tenham certeza, como militar jurei dar minha vida pela minha pátria, assim como todos vocês mais que juraram, no seu subconsciente, até dar a sua vida pela sua liberdade.”
Outras agendas
À tarde, Bolsonaro vai à capital pernambucana, onde deve assistir à passagem de comando da 4ª Região do Exército e acompanhar a primeira-dama do país, Michelle Bolsonaro, em uma ação social.
Em seguida, o titular do Planalto deve participar de um jantar com empresários. No sábado (4/9), segue para o agreste a fim de fazer o tradicional passeio de moto com apoiadores. Será a 10ª motociata do ano.
O chefe do Executivo percorrerá 191,5 km de Recife até Santa Cruz do Capibaribe, onde começará a motociata. O encontro tem previsão de partir da Moda Center Santa Cruz, um shopping center da região. De lá, a motociata segue mais 55,2 km até Caruau, onde terá concentração de apoiadores de Bolsonaro.
A última motociata ocorreu há menos de quatro dias, em Uberlândia (MG). Na terça-feira (31/8), o mandatário da República foi à cidade do Triângulo Mineiro a fim de participar da cerimônia de inauguração do Complexo de Captação e Tratamento de Água Deputado Luiz Humberto Carneiro, a única agenda oficial do dia, e realizou o passeio com simpatizantes. Foi a segunda motociata em dia de semana e durante expediente de trabalho e o nono passeio de moto de 2021.
Acompanham o presidente na agenda na Bahia e em Pernambuco os ministros do Turismo, Gilson Machado; da Cidadania, João Roma; e da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Também acompanham a agenda presidencial o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e o pastor Silas Malafaia.