Bolsonaro sobre polêmica do “pau de arara”: “Me chamam de ‘alemão'”
Durante live semanal da última quinta-feira (3/2), Bolsonaro se referiu a assessores como “pau de arara”. A fala foi rechaçada por políticos
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou a polêmica diante de declaração feita durante a tradicional live semanal, na qual chamou os nordestinos de “pau de arara”. O chefe do Executivo foi alvo de pedido de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) por causa da referência.
“Eu sempre me referi aos amigos (como) ‘cabra da peste’, ‘pau de arara’. Me chamam de ‘alemão’ também, sem problema nenhum. ‘Arataca’, ‘cabeçudo’”, disse o presidente, na manhã desta terça-feira (8/2), ao Blog do Magno, após cerimônia de Inauguração do Núcleo de Controle Operacional da Transposição do Rio São Francisco, em Salgueiro, Pernambuco.
Em alusão à revogação de decretos de luto oficial, na última quinta-feira (3/2), ele errou o local de nascimento de Padre Cícero, religioso venerado no Nordeste. O mandatário afirmou que os assessores deveriam tê-lo alertado sobre o erro e os chamou de “pau de arara”, expressão considerada pejorativa.
“Falaram que eu revoguei o luto de Padre Cícero. Lá do Pernambuco, é isso mesmo? Que cidade fica lá? Cheio de pau de arara aqui e não sabem em que cidade fica Padre Cícero, pô? Juazeiro do Norte, parabéns aí. Ceará, desculpa aí”, disse o presidente, durante a live da última quinta-feira (3/2).
Após a fala do mandatário, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB-PE), presidente do Consórcio Nordeste, reagiu à declaração depreciativa do presidente e pediu respeito.
“Essa reiterada prática de repetir estigmas e preconceitos só contribui para manter o país dividido e ampliar a cortina de fumaça em torno de um governo que desmontou políticas públicas, desdenhou de milhares de mortes pela Covid-19 e trouxe de volta a inflação, aumentando as desigualdades. Respeite o povo do nordeste”, afirmou Câmara.
Também como resposta à fala, o advogado pernambucano João Arnaldo Novaes, pré-candidato ao governo do estado pelo PSol, entrou, na segunda-feira (7/2), com uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Bolsonaro. A ação pede que o conteúdo em que o presidente chama nordestinos de “pau de arara” seja removido.
Na mesma ação, o autor destaca a reincidência de Bolsonaro, ao recordar ofensas feitas contra governadores nordestinos, chamados de “paraíbas”, durante vazamento de áudio de uma transmissão ao vivo em julho de 2019.