Bolsonaro sobre pandemia: “Fui o único chefe de Estado no caminho certo”
Em entrevista ao Metrópoles, presidente disse que o governo “acertou” com as medidas adotadas no período da crise sanitária
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender, nesta segunda-feira (24/10), a sua gestão durante a pandemia de coronavírus. Em entrevista à diretora-executiva do Metrópoles, Lilian Tahan, o candidato à reeleição disse que o governo “acertou” com as medidas adotadas no período da crise sanitária.
“Criamos o auxílio emergencial, o Pronamp, para que milhões de empregos não fossem destruídos. Eu fiz a minha parte. Ouso dizer que talvez eu tenha sido o único chefe de Estado no mundo que estava no caminho certo”, afirmou.
Na sequência, o atual titular do Planalto acrescentou: “Esse verdadeiro pavor que a grande mídia levou para a população foi péssimo. Nós quase naufragamos na economia. Daí o cara falava: ‘Está preocupado com a economia e não com a vida’. Qual vida existe sem economia, meu Deus do céu?”.
Na entrevista, Bolsonaro negou que tenha atrasado a compra de vacinas contra a Covid-19. Em 2020, a farmacêutica Pfizer teve ofertas de venda de vacinas contra a doença rejeitadas pelo governo. Quando o caso foi revelado, o governo argumentou que o laboratório estabelecia condições “draconianas” nos contratos. A principal queixa de Bolsonaro e do então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, era a de que a Pfizer não se responsabiliza por eventuais efeitos colaterais da vacina.
“Alguns falam: ‘Ah, não comprou a Pfizer’. Repito: não tinha para vender. E a Pfizer tinha algo esquisito. No contrato dizia que qualquer efeito colateral eles não se responsabilizariam por aquilo. E quem seria o responsável? Eu. Eu errei falando virar jacaré. Usei figura de linguagem e pessoal me massacrou. Mas o que é efeito colateral? Qualquer coisa anormal”, afirmou.
Ao longo da pandemia, Bolsonaro miniminou o novo coronavírus e chegou a chamar a infecção de “gripezinha”. O Brasi acumula mais de 680 mil mortes em decorrência da Covid-19.
A gestão de Bolsonaro durante a crise sanitária levou à instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar omissões do governo federal.
No relatório final, o colegiado acusou Bolsonaro de ter cometido nove crimes. Ao pedir os arquivamentos, a PGR concluiu não haver indícios das práticas desses crimes.