Bolsonaro sobre o Bolsa Família: “É uma briga com a Economia”
Presidente entregou à Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira (9/8), a MP do novo Programa Bolsa Família, apelidado de Auxílio Brasil
atualizado
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Em interação com apoiadores na manhã desta segunda-feira (9/8), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que há uma “briga” com o Ministério da Economia em torno do novo Bolsa Família. Isso porque a equipe econômica se preocupa com a responsabilidade fiscal do governo federal e uma reação em cadeia.
“É uma briga com a Economia, porque o que a economia faz: ela quer responsabilidade. Se você entrar no populismo, você pode mexer no dólar. Se mexer no dólar, aumenta o preço do combustível. Aí, pô, é uma desgraça. Mexeu no combustível, no frete, na ponta da linha, inflação”, afirmou o presidente na saída do Palácio da Alvorada.
No fim da manhã, Bolsonaro entregou à Câmara dos Deputados a medida provisória que trata da reformulação do Bolsa Família, apelidado de Auxílio Brasil. O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a matéria é “urgente” e vai tramitar na Casa “rapidamente”.
Além da MP, o governo federal enviará proposta de emenda à Constituição (PEC) para parcelar o pagamento dos precatórios (dívidas judiciais da União), o que abre espaço orçamentário para o novo Bolsa Família, supostamente dentro do teto de gastos.
O pagamento previsto de precatórios pelo governo era de R$ 56 bilhões este ano, mas o Judiciário já repassou valores atualizados em R$ 89 bilhões para 2022.
Com o parcelamento, o governo avalia ser possível propor o programa social com valor médio de R$ 300. A quantia atual é de até R$ 192.
Bolsonaro, todavia, manifestou-se diversas vezes defendendo que o subsídio oferecido aumentasse para R$ 400 – o que foi rechaçado por Lira, por causa do teto de gastos. A equipe econômica também não trabalhava com esse patamar.
Valor do Auxílio Brasil
Segundo o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), o valor do programa social batizado de Auxílio Brasil deve ser definido apenas em setembro, após o envio da Lei Orçamentária Anual (LOA), e pode entrar em vigor em novembro. Ele adiantou que a quantia deve ficar em torno de 50% acima do atual.
“Deve girar em torno de 50% do tíquete médio do Bolsa Família”, afirmou o ministro. “Diferentemente do auxilio emergencial, abrange diversas políticas públicas e vai ser de acordo com o perfil de cada família”, acrescentou Roma.
Roma ressaltou que a intenção é começar a pagar o benefício com reajuste após o término do auxílio emergencial, que foi prorrogado até outubro de 2021. “Já em novembro esperamos ofertar a essa população necessitada o Auxílio Brasil”, disse.
O novo benefício assistencial do governo é visto pelo presidente como fundamental na aposta de reeleição em 2022.