Bolsonaro sobre Eduardo: “Não quero submeter meu filho ao fracasso”
Presidente admitiu que pode não indicar o deputado federal para assumir a Embaixada do Brasil em Washington, nos Estados Unidos
atualizado
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Ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta terça-feira (20/08/2019), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) sinalizou que pode desistir de nomear o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a Embaixada do Brasil em Washington, nos Estados Unidos, caso não haja ambiente no Senado para aprovar a indicação do parlamentar. Segundo o chefe do Executivo nacional, “tudo pode acontecer”.
“Não quero submeter o meu filho a um fracasso. Acho que ele tem competência, mas tudo pode acontecer”, comentou. Bolsonaro comparou a indicação a um “noivado” que pode ser desfeito diante de algumas situações. “Você está noivo, noiva virgem. Vai que você descobre que ela está grávida. Você desiste do casamento?”, questionou jornalistas sobre o assunto.
O mandatário da República ainda criticou o trabalho da área técnica do Senado, que considerou uma forma de nepotismo a indicação. Para o presidente, a consultoria atua com “viés político”. “As consultorias agem de acordo com o interesse do parlamentar”, disse o titular do Planalto.
“Se não for meu filho, vai ser o de alguém, porra”, disparou. “Agora, o que vale para mim é uma súmula do STF dizendo que, neste caso, não é nepotismo“, acrescentou. “Não pode ter viés ideológico nesta questão. E o embaixador é um cartão de visita. É a mesma coisa comigo. Para ser presidente, tenho de entender de saúde, educação e economia? É impossível”, salientou.
Bolsonaro tem segurado a indicação do filho à espera de um placar preliminar favorável à aprovação. A possibilidade de Eduardo assumir a função tem sido alvo de críticas, inclusive por parte de alguns dos apoiadores do presidente. Senadores como o líder do PSD, Otto Alencar (BA), defendeu a rejeição de Eduardo – tal posicionamento é um recado do Legislativo para o que considera excessos cometidos pelo chefe do Executivo.
Para ser efetivado, o nome do parlamentar precisa ser aprovado pela Comissão de Relações Exteriores e por mais da metade dos votos dos presentes em votação em plenário.