Bolsonaro sobre denúncias de assédio na Caixa: “Não vi nada contundente”
Em entrevista ao Metrópoles, chefe do Executivo federal comentou acusações de assédio contra Pedro Guimarães, ex-presidente do banco
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira (24/10) que não viu “nada contundente” nos depoimentos sobre assédio contra Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa Econômica Federal.
Guimarães é acusado por um grupo de funcionárias da estatal de assédio sexual (leia mais abaixo). O caso foi revelado pela coluna do jornalista Rodrigo Rangel, do Metrópoles.
Em entrevista ao Metrópoles, o candidato à reeleição foi questionado se acredita que as acusações são verdadeiras. “Não vi nenhum depoimento mais contundente de qualquer mulher… Vi depoimentos de mulheres que sugeriram que isso [assédio] poderia ter acontecido. Está sendo investigado”, afirmou.
Um dia após o caso ser revelado, Bolsonaro trocou o comando da Caixa. No lugar de Pedro Guimarães, o presidente nomeou Daniella Marques para o comando do banco público.
“Desconheço a vida particular dele. Eu conheço enquanto presidente da Caixa. Fez um excelente trabalho lá dentro. Agora, comigo, tudo é potencializado. Virou um incêndio enorme em poucas horas. Chamei, conversei com ele e optei pelo afastamento, que foi prontamente aceito por ele. Não contestou. E ele está respondendo. Não faço parte do Poder Judiciário”, disse.
Denúncias de assédio sexual
Em junho deste ano, um grupo de funcionárias decidiu romper o silêncio e denunciar as situações pelas quais passaram. Todas elas trabalham ou trabalharam em equipes que servem diretamente ao gabinete da presidência da Caixa.
Cinco concordaram em dar entrevistas para o colunista Rodrigo Rangel, desde que suas identidades fossem preservadas. Elas disseram que se sentiram abusadas por Pedro Guimarães em diferentes ocasiões, sempre durante compromissos de trabalho.
As mulheres relataram toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites heterodoxos, incompatíveis com o que deveria ser o normal na relação entre o então presidente do maior banco público brasileiro e as funcionárias sob seu comando.
A iniciativa dessas mulheres levou à abertura de uma investigação, que está em andamento, sob sigilo, no Ministério Público Federal.