Bolsonaro sobre críticas: “Até quando o cara broxa, ele me culpa”
Presidente comentava críticas ao seu governo, principalmente relacionadas ao aumento do preço dos combustíveis, quando deu a declaração
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) reclamou, nesta segunda-feira (4/4), das críticas recorrentes ao seu governo. Durante almoço com empresários fluminenses, ele disse que parte da população o culpa por tudo. “Até quando o cara broxa em casa, ele me culpa”, disse o chefe do Executivo federal.
O presidente comentava a alta no preço dos combustíveis e alegava que isso se deve, em parte, ao endividamento da Petrobras em governos anteriores. Ele disse que se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tivesse construído duas refinarias prometidas o Brasil não precisaria importar combustíveis.
“Aqueles que falam do preço dos combustíveis. Sim, em parte, vem de endividamentos da Petrobras esse preço mais alto. Se tivesse feito pelo menos duas das três refinarias que o Lula prometeu lá atrás, não estaríamos importando derivados em petróleo. Poderia até estar exportando derivados, ganhando mais dinheiro ainda, não pagando um preço altíssimo nos combustíveis aqui no Brasil”, afirmou Bolsonaro.
Em seguida, acrescentou: “E a esquerda quer botar a culpa em mim. Me desculpa aí… Os caras botam a culpa em mim em tudo. Até quando o cara broxa em casa, ele me culpa”.
Boicote à imprensa e críticas ao STF
Ainda durante o evento com empresários, o presidente Jair Bolsonaro pediu para que os gestores financeiros boicotem veículos nacionais de imprensa que, segundo ele, “mentem o tempo todo”. Em seu discurso, o chefe do Executivo federal sugeriu que empresários deixassem de anunciar em tais veículos de comunicação – embora não tenha dito nomes dos alvos.
“Eu peço a vocês [empresários], órgãos de imprensa que mentem o tempo todo, não anunciem nesses órgãos de imprensa. Não podemos avançar com mentiras. Falhas? Temos. Nós nos corrigimos quando se faz necessário. Mas realmente não é falha”, disse Bolsonaro.
Não é a primeira vez que Bolsonaro defende o boicote à imprensa nacional. Em 2020, por exemplo, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, ele disse que o empresário que publica anúncio em jornais “está ajudando o Brasil a afundar”.
O presidente disse ainda que não é só a imprensa que o critica, mas também “dois ou três” que “ficam enchendo o saco o tempo todo”.
“E não é só a imprensa. Tem dois ou três de outro poder que ficam enchendo o saco o tempo todo. Não admitem a gente trabalhar em paz no nosso país. E dizer a todos vocês, vocês não serão ninguém se faturarem muito, mas se perder a liberdade”, afirmou.
Apesar de não ter citado nomes, o mandatário do país fez referência aos três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), e que também integram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE): Luís Roberto Barroso (ex-presidente da Corte), Edson Fachin (atual presidente) e Alexandre de Moraes (que irá presidir o tribunal no pleito de outubro).
Barroso, Fachin e Moraes são o alvo predileto da artilharia de Bolsonaro, que diz não criticar poderes, mas autoridades. Após manifestação de 7 de Setembro, no ano passado, o presidente chegou a pedir ao Senado o impeachment de Moraes, o que não prosperou.