Bolsonaro sobre crise energética: “Não acreditamos em racionamento”
Presidente defendeu a atuação do governo perante a crise e disse que a decretação de bandeira tarifária mais alta não foi por “maldade”
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) descartou, nesta quinta-feira (30/9), a possibilidade de racionamento em função da crise energética no Brasil.
O país vive a pior crise hídrica em 91 anos. As principais bacias hidrográficas que abastecem o país estão secando, em razão do baixo volume de chuvas na região dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por 70% da geração de energia no Brasil.
“Não acreditamos em racionamento, mas a gente sempre pede à população: ‘Dá para apagar um ponto de luz aí na sua casa agora’”, afirmou em entrevista à CNN Brasil, após cumprir agenda em Belo Horizonte (MG).
Especialistas criticam a demora do governo federal em adotar medidas para sanar a situação. Bolsonaro rebateu as acusações alegando que o governo tem trabalhado desde 2019.
“O governo tem trabalhado desde 2019, quando nós não tínhamos crise ainda. Nós zeramos os impostos de importação de placas fotovoltaicas para quem queira colocar na sua residência placas para ter energia solar”, apontou Bolsonaro.
Segundo o presidente, esse esforço vem desde antes da pandemia. “Graças a isso, a essa visão de se antecipar a problemas, que o Brasil não está em uma situação mais complicada do que se encontra no momento”, continuou.
Na sexta-feira (24/9), durante participação virtual em um painel da Organização das Nações Unidas (ONU), Bolsonaro disse que o Brasil enfrenta a escassez hídrica “com planejamento, seriedade e transparência”.
Bandeira de escassez hídrica
No fim de agosto, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a criação da “bandeira de escassez hídrica”. O novo valor será de R$ 14,20 para cada 100 kW/h consumidos e vai durar até 30 de abril de 2022.
Até então, a bandeira vermelha patamar 2 era a mais cara do sistema. Em vigor desde junho, a tarifa já tinha acréscimo de R$ 9,49 a cada kWh na conta mensal. Agora, a nova bandeira possui alta de 49,63% em relação à bandeira vermelha patamar 2. Para os consumidores, o aumento na conta de luz será de 6,78%.
“Olha, nós fomos obrigados a decretar uma bandeira acima da vermelha, não foi maldade do governo. A fonte de energia passou a ser mais fóssil, que é a mais cara, é para pagar conta. Não temos outra alternativa”, disse Bolsonaro nesta quinta.
“A gente pede a Deus que mande uma chuva para a gente, porque, realmente, a nossa crise hídrica, como já disse, é a maior nos últimos 91 anos. Não temos alternativa e solução para um caso como esse aí”, finalizou.