Bolsonaro sobre CPI da Petrobras: “Eu assinaria se fosse deputado”
Governistas esperam conseguir o número mínimo de assinaturas ainda nesta semana para forçar a instalação do colegiado
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quarta-feira (22/6), que, se fosse deputado, assinaria o pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Petrobras. A ideia do colegiado é investigar supostas irregularidades no processo de definição dos preços de combustíveis no mercado interno.
Até o momento, 132 deputados assinaram o pedido de instalação do colegiado. São necessários, pelo menos, 171 signatários para que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), proceda com a criação da comissão. O requerimento é de autorida do líder do PL na Câmara, deputado Altineu Cortês (PL-RJ).
“Eu assinaria essa CPI se fosse deputado. É para você ver, entre outras coisas, como é a composição do preço do combustível na Petrobras”, disse Bolsonaro em entrevista à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte.
“Eu assinaria essa CPI se fosse deputado. É para você ver, entre outras coisas, como é a composição do preço do combustível na Petrobras. É para você saber também a questão do endividamento da Petrobras, por que ela se endividou. É você mostrar para a população por que as três refinarias que começaram com o Lula deram prejuízo de R$ 100 bilhões e não refinam um barril de petróleo”, prosseguiu.
Patrocinada pelo governo federal, a CPI da Petrobras é uma medida de retaliação à estatal em função de mais um aumento no preço dos combustíveis anunciado na última semana. A sugestão, inclusive, partiu do próprio presidente, logo após a petroleira ter emitido o comunicado às distribuidoras. Alguns governistas ainda resistem em assinar o pedido.
Caso seja instalada, a comissão parlamentar será composta por 25 membros titulares e igual número de suplentes. A comissão terá duração inicial de 120 dias, prorrogáveis por igual período. De acordo com o pedido, o objetivo é investigar supostas irregularidades no processo de definição dos preços de combustíveis no mercado interno.
Lira afirmou, na segunda-feira (21/6), que não irá se opor à criação da comissão parlamentar, mesmo em ano eleitoral. O deputado defendeu, porém, que o requerimento deverá cumprir todos os requisitos regimentais para ter validade.
Inicialmente, a revolta em torno da nova escalada no valor da gasolina, diesel e gás de cozinha chegou a unir governo e oposição em prol da instalação da CPI. No entanto, parlamentares contrários ao governo reavaliaram seu posicionamento. É o caso do PT, que passou a classificar a criação da comissão parlamentar como uma “cortina de fumaça” para o real problema em torno da precificação dos produtos.
Cesta básica
Na entrevista, Bolsonaro citou novamente pedido feito a empresários para que reduzam a margem de lucro em produtos da cesta básica. Ele negou que a proposta seja um tabelamento de preços.
“Óleo de soja está uma fortuna. Está R$ 13. Fiz uma reunião há três semanas com todo o pessoal da rede de supermercados. Fiz um pedido para eles para diminuir a margem de lucro dos produtos da cesta básica”, disse. “Fiz um pedido. A imprensa falou que era tabelar o preço do óleo. Não é tabelar, meu Deus do céu, fiz um pedido para eles. Vão atender? Espero que atendam.”
Em seguida, na entrevista transmitida ao vivo pelas redes sociais, Bolsonaro pediu a um assessor para ligar para um supermercado e verificar se o preço havia abaixado. Ao receber a resposta, ele citou uma marca de óleo e anunciou: “No mercado Big Box está R$ 10,89, estava R$ 13. Vamos conversar de novo, ver se passa para um dígito. Está caro? Está caro, sei disso”.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.