Bolsonaro sobre Cid: “Peço a Deus que não tenha errado e cada um siga sua vida”
Suspeito de adulterar dados de vacinação, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro ficou em silêncio durante depoimento à PF nesta quinta (18/5)
atualizado
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Alvo de uma investigação sobre possível fraude em cartões de vacinação contra a Covid-19, Jair Bolsonaro (PL) demonstrou a intenção de se distanciar do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. O ex-presidente negou ter cometido irregularidades, elogiou Mauro Cid e disse desejar que o militar “não tenha errado”.
“Foi um excelente oficial do Exército Brasileiro, jovem ainda. Ele [Cid] fez o melhor de si. Peço a Deus que não tenha errado. Que cada um siga a sua vida. Nós procuramos fazer tudo certo”, disse Jair Bolsonaro, em visita ao Congresso Nacional nesta quinta-feira (18/5). O ex-presidente foi nesta tarde ao gabinete do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
A visita de Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional aconteceu no mesmo dia do interrogatório de Mauro Cid na sede da Polícia Federal, também em Brasília. O ex-ajudante de ordens ficou em silêncio durante a oitiva. Ele é suspeito de ter alterado dados de vacinação contra Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, de forma a beneficiar o então presidente e alguns familiares.
2No início deste mês, uma outra declaração de Bolsonaro sobre o caso reforçou sua estratégia de atrelar ao tenente-coronel qualquer ação irregular. “Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum. Não existe adulteração da minha parte. Não existe. Eu não tomei a vacina. Ponto final. Nunca neguei isso”, disse Bolsonaro.
Mauro Cid segue preso desde o dia 3/5, quando foi detido pela Polícia Federal no âmbito da Operação Venire. Jair Bolsonaro nega ter conversado com o ex-aliado e considera o assunto da investigação como interesse somente do ex-ajudante de ordens e do seu advogado. Antes, Cid trocou seu advogado num gesto entendido como preparação para uma possível delação.
Neste momento, Bolsonaro diz que está focado nas eleições municipais. No Congresso, ele disse “só discutir 2026 depois de 2024”. A legenda tem a expectativa de eleger mil prefeitos. Diante de questionamentos sobre possível inelegibilidade, o ex-presidente amenizou o tom dos ataques e falou em “não fazer oposição radical”.