metropoles.com

Bolsonaro sobre “botar cara no fogo” por Milton Ribeiro: “Exagerei”

Presidente disse, no entanto, que confia no ex-ministro, colocaria a mão no fogo por ele, e que prisão ocorreu “sem materialidade”

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
foto-7-milton-ribeiro-e-jair-bolsonaro-em-cerimonia-de-reajuste-salaria-planalto-brasilia-04022021
1 de 1 foto-7-milton-ribeiro-e-jair-bolsonaro-em-cerimonia-de-reajuste-salaria-planalto-brasilia-04022021 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (23/6) que “exagerou” ao dizer que colocaria “a cara no fogo” por Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação do governo, investigado por suposto esquema de liberação de verbas da pasta, mediante propina a pastores evangélicos. Ribeiro chegou a ser preso, mas foi solto nesta quinta (leia sobre o caso mais abaixo). Contudo, o chefe do Executivo federal afirmou que continua a confiar no ex-auxiliar, tanto que colocaria ” a mão no fogo por ele”.

Em março, quando o suposto esquema foi revelado, Bolsonaro saiu em defesa de Milton e disse que as acusações eram uma “covardia”. “O Milton, coisa rara de eu falar aqui, eu boto a minha cara no fogo pelo Milton. Minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele”, declarou o presidente na ocasião.

“Eu falei lá atrás que botava a cara no fogo por ele. Eu exagerei, mas eu boto a mão no fogo pelo Milton. Assim como boto por todos os meus ministros, porque pelo o que eu conheço deles, a vivência, dificilmente alguém vai cometer um ato de corrupção”, disse durante sua transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta.

Veja o momento:

Na live, o presidente ainda citou uma movimentação “atípica” na conta bancária de Milton Ribeiro, que foi indício determinante para a Justiça Federal decretar a prisão do ex-ministro da Educação.

Ribeiro teria recebido um depósito suspeito de Arilton Moura, um dos pastores presos na operação que investiga um esquema de corrupção no MEC. Aliados do ex-ministro sustentam que o depósito seria referente à venda de um carro da esposa dele, Myriam Pinheiro Ribeiro, a Victoria Bartolomeu, filha de Arilton.

Bolsonaro defendeu o argumento do ministro de que o dinheiro era referente à venda de um carro, e afirmou que a prisão de Ribeiro ocorreu “sem materialidade”.

“Ué, cada um pode ter R$ 50 mil na sua conta, pode ter R$ 100 mil na tua conta. Se você vender um imóvel hoje, você pode ter R$ 200 mil na sua conta. Qual o problema? É uma movimentação atípica? É. […] Mas ali era compra de um carro. Não tinha materialidade nenhuma para a prisão do Milton”, declarou Bolsonaro.

Prisão de ex-ministro

Ribeiro foi preso na manhã dessa quarta-feira (22/6), em Santos (SP), no âmbito de uma operação da Polícia Federal que investiga suposto esquema de liberação de verbas do Ministério da Educação, mediante propina a pastores evangélicos. Nesta quinta, o ex-ministro foi solto por determinação do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que derrubou a prisão preventiva.

O suposto esquema, no qual o Ministério da Educação teria favorecido indicações de pastores em agendas e direcionamento de recursos, foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A reportagem também apontou a existência de um “gabinete paralelo” de pastores. O suposto grupo exerceria controle sobre verbas e agenda do Ministério da Educação. Para isso, cobrariam propinas de gestores municipais interessados em obter obras do MEC.

Dias depois, o jornal Folha de S.Paulo revelou um áudio em que Ribeiro diz ter atendido a pedidos do presidente Jair Bolsonaro para favorecer pastores com verbas da pasta.

O “gabinete paralelo” do MEC seria formado por pastores sem cargo no governo. São eles: Gilmar Santos e Arilton Moura. Ambos são integrantes da Assembleia de Deus. Gilmar também preside a Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos (Conimadb).

A atuação incluiria pedidos de propina a prefeitos para facilitar acesso a recursos da pasta. Para agilizar o direcionamento de fundo orçamentário proveniente do ministério, o pastor Arilton Moura teria solicitado, por exemplo, R$ 15 mil e 1 kg de ouro ao prefeito do município de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB).

Na ocasião, Arilton teria mencionado deliberadamente a destinação de recursos, na presença de outros prefeitos. O pastor também teria repassado o número da conta bancária para que os líderes municipais efetuassem as transferências.

Operação da PF

A ordem de prisão, realizada pela Polícia Federal, foi determinada pelo juiz federal Renato Borelli. No mandado de prisão, o magistrado elenca ao menos quatro crimes que teriam sido cometidos por Ribeiro: corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.

A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos. Eles são ligados ao presidente Bolsonaro e apontados como lobistas que atuavam no MEC, quando a pasta era comandada por Ribeiro.

Os pastores negociavam com prefeitos a liberação de recursos federais – mesmo sem ter cargo no governo.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?