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Bolsonaro: “Senta na minha cadeira e governa sem voto do Centrão”

Presidente voltou a defender aliança com o bloco e a nomeação do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil

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Bolsonaro, em segundo plano, olha para Ciro Nogueira, em primeiro plano e de costas, ambos sentados e de terno - Metrópoles
1 de 1 Bolsonaro, em segundo plano, olha para Ciro Nogueira, em primeiro plano e de costas, ambos sentados e de terno - Metrópoles - Foto: Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender a aliança com o Centrão nesta segunda-feira (2/8), ao comentar a última reforma ministerial, que teve, entre as primeiras mudanças, a nomeação do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil. A pasta é considerada uma das mais estratégicas da Esplanada, por coordenar a relação com o Legislativo.

O Centrão é um nome dado a um bloco de partidos de centro e centro direita que foi alvo de críticas por Bolsonaro durante a campanha eleitoral em 2018, mas que, como ocorreu em todos os governos desde a redemocratização, hoje constitui a base do governo no Congresso Nacional.

“Olha, senta na minha cadeira aqui e governe sem o voto de mais metade dos parlamentares, que estão aí do dito Centrão. Governe sem eles”, disse Bolsonaro em entrevista à Rádio ABC, de Novo Hamburgo (RS).

O mandatário ainda declarou que não é possível aprovar projetos no Congresso sem os votos dos políticos do bloco e disse que as mudanças recentes em seu ministério visam ao “melhor funcionamento do Poder Executivo”.

“É fácil, de forma pejorativa, acusar o Centrão… E outra: eu sempre fui do Centrão, eu sempre fui do PP, raramente estive fora de partido fora dessa sigla. Agora, não podemos simplesmente aceitar que o Centrão está fora do destino do Brasil. Então, é o que eu tenho para governar. Eu tenho me dado muito bem com essas pessoas. Ou querem que vá procurar o apoio do PT, do PCdoB, do PSol, da Rede, do Cidadania? É fácil falar, né?”

Bolsonaro busca o apoio do Centrão para aprovar, por exemplo, uma reformulação no Bolsa Família. Ele quer que o valor médio do benefício seja ampliado, passando de R$ 192 para R$ 300. A mudança é uma das cartas que tem na manga para sua campanha à reeleição em 2022.

“Em 90% do que eu quero fazer em Brasília, eu dependo do Parlamento, como, por exemplo, agora eu preciso corrigir o Bolsa Família. A média está em R$ 192. Como eu vou corrigir? Porque a inflação está aí”, pontuou.

Críticas ao Centrão

Em 2018, Bolsonaro disse que dirigentes do Centrão representavam a alta nata de tudo o que não presta no Brasil” e defendeu que a base de apoio no Congresso fosse composta pelas chamadas bancadas temáticas. Depois de falhar na tentativa de negociar via bancadas, a partir de 2020 ele fez uma aproximação com o bloco em busca de governabilidade.

Durante a campanha eleitoral em 2018, em uma convenção do PSL que oficializou a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República, outros assessores presidenciais também foram críticos ao Centrão.

O atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, cantou uma paródia do samba “Reunião de Bacana (Se Gritar Pega Ladrão)”, do cantor Bezerra da Silva: “Se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”, substituindo a palavra “ladrão”, da letra original, pelo nome dado ao bloco partidário.

A paródia fazia referência à aliança de Geraldo Alckmin (PSDB) com partidos do Centrão. Recentemente, Heleno disse ter mudado de opinião sobre o grupo.

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