Bolsonaro: “Sem boa reforma política, estamos aí para mais 4 anos”
Presidente fala explicitamente da possibilidade de se candidatar à reeleição em 2022; “Temos a verdade do nosso lado”, afirmou
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer, nesta quinta-feira (20/06/2019), que poderá disputar a reeleição em 2022, caso não seja feita “uma boa reforma política” no Congresso antes do término do seu mandato.
“Se tiver uma boa reforma política, eu posso até, nesse caldeirão, jogar fora a possibilidade de reeleição. Posso fazer isso aí. Agora, se não tiver uma boa reforma política e se o povo quiser, estamos aí para continuar mais quatro anos”, afirmou Bolsonaro a jornalistas após participar da Marcha para Jesus, evento evangélico que reuniu milhares de pessoas na Zona Norte de São Paulo.
O presidente foi recebido no palco do evento entre vaias e gritos de “mito” pelo público que acompanhava a maratona de shows de música gospel, e ouviu de líderes evangélicos o desejo para que fique oito anos na Presidência.
Mais cedo, em Eldorado, no interior paulista, o presidente já havia falado sobre a possibilidade de disputar as urnas novamente.
Em seu discurso, Bolsonaro fez inúmeras menções a Deus, repetiu que, embora o Estado seja laico, ele é cristão e agradeceu o apoio dos evangélicos ao seu governo. “Quem achava que sucumbiríamos logo no início perdeu. Porque nós temos a verdade e um povo maravilhoso ao nosso lado, que são vocês”, afirmou Bolsonaro. “Vocês foram decisivos para mudar os destinos dessa pátria maravilhosa chamada Brasil.”
Após sua participação, Bolsonaro concedeu entrevista coletiva na qual disse que o recém-demitido ministro Santos Cruz (Secretaria de Governo) é “página virada” e voltou a defender o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) no caso dos vazamentos das conversas do ex-juiz da Lava Jato com o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa pelo Ministério Público Federal (MPF).
Bolsonaro disse ainda que o conceito de governabilidade mudou na gestão dele, afirmou que tem o apoio dos parlamentares para aprovar a reforma da Previdência e que seu governo não se envolveu em nenhum escândalo de corrupção. “Algum ato de corrupção nesses seis meses de governo? Zero. Sem problema nenhum.”