metropoles.com

Bolsonaro se une a Centrão, mas ainda não tem votos para barrar impeachment

Erros na articulação com bloco de partido de centro-direita e direita podem esvaziar intenção do presidente de controlar o Parlamento

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Presidente Bolsonaro durante pandemia uso de máscara
1 de 1 Presidente Bolsonaro durante pandemia uso de máscara - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A recente estratégia do governo de Jair Bolsonaro de distribuir cargos a lideranças do chamado Centrão está longe de render ao presidente uma posição de segurança que conseguirá barrar uma eventual abertura de impeachment. Aliados do presidente na Câmara estão céticos em relação à expectativa de que Bolsonaro, após ter desprezado as conversas com parlamentares na campanha e no início do seu governo, conseguirá barrar 342 votos, número mínimo para se aprovar a abertura do processo na Câmara.

Até o momento, o presidente tem negociado de forma mais intensa com o PP e com o PL. Para os caciques desses partidos, Ciro Nogueira e Valdemar Costa Neto, respectivamente, o presidente já garantiu diretorias importantes de autarquias e bancos. Embora ainda não tenha confirmado nenhum cargo, Roberto Jefferson, do PTB, já se mostra um defensor dos mais aguerridos do presidente. Apesar disso, deputados desse bloco de siglas de centro-direita e direita apontam erros na negociação.

Em conversa reservada, um deputado do Centrão, aliado do presidente, indica que não há a mesma confiança que existia com o ex-presidente Michel Temer. “O presidente se reúne um dia com os caras e no outro lança para a galera. Não há carinho nessa relação”, relatou o parlamentar.

Outro parlamentar, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) disse que se colocou à margem de qualquer negociação com o Planalto.

“Minha posição com relação ao Centrão sempre foi de independência. É minha forma de conduta. Eu sempre apoiei o governo e o meu partido agora é que está começando a apoiar. Inclusive fui sondado para indicar cargos no governo e disse que não quero. Eu quero poder criticar o que está errado e apoiar o que acho que está certo”, disse o deputado. “Eu gosto da independência e isso não é uma crítica a ninguém.”

Eleição
Outro erro apontado por parlamentares é que, na tentativa de formar uma base, Bolsonaro foca na possível candidatura do líder do Centrão, deputado Arthur Lira (PP-PE), à presidência da Câmara. A avaliação é de que, levando parte do Centrão, em uma candidatura de oposição a Maia, quem for lançado pelo atual comandante da Casa terá apoio não só da outra parte do bloco mas também da oposição. Esse jogo de forças, de acordo com parlamentares ouvidos pelo Metrópoles, pode aniquilar o esforço de Bolsonaro de ter o controle do Congresso.

“Rodrigo Maia faz política, né? Bolsonaro, não”, disse um deputado do PSL, ex-partido do presidente.

Conta
Na terça-feira, o próprio presidente Bolsonaro falou sobre o desejo de ter maioria no Parlamento ao responder sobre a questão de liberar o porte de arma de fogo. A conta na Câmara para obter esse resultado, no entanto, não fecha. A Casa está dividida da seguinte forma: um terço de deputados bolsonaristas, reunidos em torno de Lira, um terço com Maia e outro terço com a oposição.

Lira, formalmente, lidera um bloco com 10 partidos, reunindo 230 deputados: Nesse rol entram PP, PL, PSD, Solidariedade, Republicanos, Patriota, Pros, PTB, Avante, PSC e a metade do PSL que não rompeu com o presidente.

Maia reúne, de saída, 153 deputados, filiados ao DEM, ao MDB, ao PSDB, ao Podemos, ao Cidadania, ao PV, ao Novo, além da outra metade do PSL, hoje rompida com Bolsonaro.

Já a oposição conta com 130 deputados do PT, PSB, PCdoB, Psol e Rede.

11 imagens
Bolsonaro deve comparecer em protesto na Avenida Paulista a seu favor
Bolsonaro carrega no colo criança vestida de militar
1 de 11

Igo estrela/Metrópoles
2 de 11

Igo estrela/Metrópoles
3 de 11

Igo estrela/Metrópoles
4 de 11

Igo estrela/Metrópoles
5 de 11

Bolsonaro deve comparecer em protesto na Avenida Paulista a seu favor

Igo estrela/Metrópoles
6 de 11

Bolsonaro carrega no colo criança vestida de militar

Igo estrela/Metrópoles
7 de 11

Bolsonaro participa de ato em apoio ao governo em frente ao Palácio do Planalto

Igo estrela/Metrópoles
8 de 11

Igo estrela/Metrópoles
9 de 11

Igo estrela/Metrópoles
10 de 11

Igo estrela/Metrópoles
11 de 11

Igo estrela/Metrópoles

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?