Bolsonaro se reúne com evangélicos para demonstrar força eleitoral
Encontro de lideranças ocorre no Palácio da Alvorada. De olho nas eleições, adversários do presidente têm tentado se aproximar do segmento
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu, na tarde desta terça-feira (8/3), dezenas de lideranças evangélicas, no Palácio da Alvorada. O encontro — o primeiro do ano — não teve a pauta oficial divulgada, mas foi considerado como uma tentativa do chefe do Executivo federal de tentar demonstrar força eleitoral junto aos religiosos.
O encontro teve início às 15h29 e durou cerca de duas horas. Logo no início, os presentes fizeram uma oração e uma rodada de pronunciamentos, onde exaltaram pautas conservadoras e criticaram o que alguns chamaram de “infiltração comunista”.
“Eu dirijo a nação para o lado que os senhores assim o desejarem. É fácil? Não é, mas nós sabemos e temos força para buscar fazer o melhor para a nossa pátria”, disse Bolsonaro às lideranças do segmento nesta terça.
No Alvorada, além de bispos, pastores e parlamentares, estiveram presentes a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, os integrantes do primeiro escalão do governo Damares Alves (Direitos Humanos), João Roma (Cidadania), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral), Milton Ribeiro (Educação), Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura).
Entre os nomes de destaque do segmento religioso, estavam o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, o presidente do Republicanos e bispo licenciado da Igreja Universal, Marcos Pereira, e o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), presidente da Frente Parlamentar Evangélica.
Recentemente, os adversários políticos de Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) têm tentado se aproximar do segmento.
Em dezembro, uma pesquisa divulgada pelo Ipec apontou que o ex-presidente Lula acumulou 34% da intenção de votos entre os evangélicos. Bolsonaro registrou 33%.
No mesmo mês, pesquisa Datafolha mostrou que 43% da população evangélica consideravam o petista como o melhor presidente da história do Brasil, enquanto 19% tinham Bolsonaro como o pior chefe do Executivo.
Preocupado com o cenário, o atual mandatário organizou o evento ainda no início de fevereiro. As lideranças evangélicas passaram a ser convidadas para o encontro na segunda quinzena do mês. O objetivo de Bolsonaro com a reunião é saber com quem do segmento pode contar numa eventual reeleição no pleito de outubro deste ano.