Bolsonaro se “compara” a Biden e brinca: “JB brasileiro e JB dos EUA”
Em evento no Palácio do Planalto, ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que presidente dos EUA tem “seguido a trilha” de Bolsonaro
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma referência em tom de ironia, nesta segunda-feira (27/6), ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao fazer uma “comparação” entre as maneiras como ele e o norte-americano lidaram com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em meio à invasão da Ucrânia e o fornecimento de fertilizantes.
Durante discurso no Palácio do Planalto, o chefe do Executivo federal disse que conversou com Putin já em fevereiro (relembre o encontro mais abaixo), enquanto Biden teria enviado um representante da Organização das Nações Unidas (ONU) apenas nas últimas semanas.
“Tem o JB brasileiro e o norte-americano. O norte-americano, há poucas semanas, mandou alguém da ONU conversar com o Putin sobre fertilizantes. O JB brasileiro mandou há quatro meses atrás”, afirmou.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que Biden tem “seguido a trilha” de Bolsonaro e que o Brasil “está à frente” dos EUA. “Os senhores estão vendo o presidente dos Estados Unidos seguindo a trilha do nosso presidente. Pedindo a redução dos impostos federais primeiro e pedindo aos estados que também reduzam os impostos estaduais”, declarou.
Paulo Guedes diz que Biden está “seguindo a trilha” de @jairbolsonaro. “Estamos à frente deles”. “
Em resposta, presidente brasileiro disse que “tem um JB brasileiro e um JB norte-americano”. pic.twitter.com/6UQch6SgoG
— Metrópoles (@Metropoles) June 27, 2022
Conversa com Putin
Em sua fala, o presidente Bolsonaro também comentou que conversou com Putin por telefone nesta segunda. Segundo ele, foram tratados de temas como segurança alimentar e energética.
“Agora há pouco tive um telefonema com o presidente Putin, da Rússia, onde tratamos de segurança alimentar e também de segurança energética com a presença do Sachsida e também do ministro da Agricultura. Assim sendo, o Brasil vai trabalhando, vai progredindo, vai para frente e nós vamos vencendo essas fases. E vamos, obviamente, temos um grande embate pela frente, nos próximos meses, que eu costumo chamar da grande batalha do bem contra o mal”, afirmou Bolsonaro.
A conversa entre os dois chefes de Estado não foi comunicada oficialmente pelo governo brasileiro. O telefonema não estava na agenda oficial de Bolsonaro.
O Kremlin se manifestou sobre o encontro e disse que o telefonema foi acordado durante a recente cúpula do Brics, realizada em formato virtual na semana passada.
“Os problemas da segurança alimentar global são considerados em detalhes. O presidente da Rússia fez uma avaliação detalhada das causas da difícil situação do mercado mundial de produtos agrícolas e fertilizantes. A importância de restaurar a arquitetura do livre comércio de alimentos e fertilizantes, desmoronada pelas sanções ocidentais, foi enfatizada”, afirmou o governo russo.
Putin ressaltou que a Rússia está empenhada em cumprir o compromisso de garantir o fornecimento ininterrupto de fertilizantes aos agricultores brasileiros.
Outros assuntos da agenda internacional também foram abordados, inclusive levando em conta a presidência rotativa do Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), a partir de 1º de julho.
Encontro com Putin em fevereiro
Bolsonaro viajou a Moscou em fevereiro deste ano, poucos dias antes da invasão da Ucrânia pela Rússia. No Kremlin, ele foi recebido para uma reunião bilateral e um almoço de cerca de duas horas com Putin.
Na época, Bolsonaro foi criticado por autoridades brasileiras e estrangeiras pela visita ao país euroasiático em um momento de escalada das tensões no Leste Europeu. O titular do Palácio do Planalto, porém, defendeu a agenda sob a justificativa que a agenda garantiu a oferta de fertilizantes russos para o agronegócio brasileiro.
A Rússia é um dos países que mais exportam adubos e fertilizantes para o Brasil. Em janeiro, 30% do insumo que chegou ao território nacional veio dos russos, segundo o Ministério da Economia.
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