Bolsonaro: se capitalização não entrar na reforma, “governo prossegue”
Presidente comentou mudanças feitas no texto que traz novas regras de aposentadoria e disse que decisão final é do Parlamento
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse esperar que a reforma da Previdência seja aprovada sem grandes alterações. Sobre a proposta do sistema de capitalização, que ficou de fora do parecer do relator do texto na Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP), o chefe do Executivo afirmou que a decisão final deve ser do Parlamento. “Nós gostaríamos que tudo que nós compusemos fosse acolhido, mas o presidente da Câmara [Rodrigo Maia] tem a legitimidade de alterar. O governo prossegue sem problema nenhum”, comentou.
Sobre a possibilidade de criar uma emenda para a proposta, ele acredita que não precisa partir do Executivo e os parlamentares podem ajudar no assunto. “Um líder partidário pode compor uma emenda e destacá-la para entrar em votação”, continuou.
O relator da reforma e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), têm dirigido críticas à forma como o governo tem conduzido a proposta apresentada ao Congresso. Bolsonaro disse, no entanto, não estar preocupado com ataques dos aliados. “O [Paulo] Guedes também pode criticar, não vejo problema nenhum nisso. Ouço as críticas de todo mundo, eu sou o que menos critica aqui”, encerrou o assunto.
Após participar da cerimônia de hasteamento da bandeira, na manhã desta terça-feira (18/06/2019), no Palácio do Planalto, o presidente se encontrou com o primeiro escalão do governo para mais uma reunião ministerial.
Decreto das armas
Bolsonaro também comentou sobre outra proposta do governo que enfrenta resistência no Congresso Nacional: o decreto das armas. “Nós sabemos que no Brasil, hoje em dia, quem está à margem da lei está armado, o que dá ao lado de cá o direito à legítima defesa”, apontou o presidente.
Apesar de essa ter sido uma das principais propostas do chefe do Executivo durante a campanha eleitoral, os deputados vetaram a iniciativa. Bolsonaro, porém, tem conversado com os senadores e espera reverter esse quadro. “Não posso fazer nada, não sou ditador, sou democrata”, finalizou.