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Bolsonaro sanciona exclusão de programas emergenciais da meta fiscal

Presidente vetou apenas um dispositivo. Congresso aprovou projeto na 2ª feira. Proposta foi fruto de acordo para sancionar Orçamento de 2021

atualizado

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Reprodução/ TV Brasil
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante anúncio de investimentos para o Programa Águas Brasileiras
1 de 1 O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante anúncio de investimentos para o Programa Águas Brasileiras - Foto: Reprodução/ TV Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sancionou o projeto de lei, fruto de um acordo com o Congresso Nacional (leia mais abaixo), para recompor os gastos obrigatórios do governo para o ano de 2021. O ato foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta-feira (21/4).

Na segunda-feira (19/4), o Congresso autorizou que a União abra crédito extraordinário para custear medidas voltadas à pandemia do coronavírus sem indicar a origem dos recursos, ou seja, fora do teto de gastos. São elas:

  • ações e serviços públicos de saúde identificados em categoria de programação de enfrentamento à pandemia;
  • Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe); e
  • Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm).
Veto

Aconselhado pela equipe econômica do governo, Bolsonaro vetou apenas um dispositivo do projeto. O trecho previa a assinatura de contratos e a realização de transferências e doações para municípios em situação de inadimplência com a União.

Segundo o governo, o trecho foi vetado por contrariar o interesse público por “subtrair, imotivadamente, relevante medida de finança pública voltada para a responsabilidade na gestão fiscal, nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal”.

O Ministério da Economia ainda destacou que os municípios com menos de 50 mil habitantes representam cerca de 88% das cidades brasileiras. Desse modo, os instrumentos de controle e de boa gestão fiscal se tornariam “ineficazes”, além de também estar em descompasse com a LRF.

Orçamento de 2021

Fruto de um acordo entre governo e Congresso Nacional, o projeto de lei sancionado nesta quarta abre caminho para a sanção do Orçamento de 2021. Bolsonaro tem até esta quinta-feira (22/4) para dar aval ao texto.

O projeto foi aprovado pelos parlamentares em março e foi motivo de um embate entre parlamentares e a equipe econômica do governo.

Durante a tramitação, o relator da proposta no senado, Márcio Bittar (MDB-AC), cortou cerca de R$ 26 bilhões em despesas obrigatórias, como gastos com aposentadoria, e inflou as chamadas emendas parlamentares, instrumento usado por deputados e senadores para destinar verbas às bases eleitorais.

O corte foi realocado para custear obras do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), no valor de R$ 10,2 bilhões, e projetos de outras pastas.

Nas últimas semanas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a falar que o Orçamento era “inexequível” e pediu ajuda do Congresso para chegar a um consenso.

Segundo o relator da proposta aprovada nesta semana pelo Congresso, deputado Efraim Filho (DEM-PB), a estimativa é que o texto autorize o bloqueio de até R$ 9 bilhões em despesas não obrigatórias para recompor os gastos obrigatórios da União para 2021.

“No PLN, nós vamos conseguir fazer o bloqueio dessas despesas discricionárias para conseguir compor essas despesas obrigatórias e assim dar como resultado, também, o espaço na meta fiscal para a reedição das medidas protetivas ao empreendedor e ao emprego”, disse o deputado.

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