Bolsonaro nega que Kassio Marques votou para manter Battisti no Brasil
Alvo de críticas, o presidente publicou uma lista com informações sobre o caso para desmentir a participação do indicado no caso do italiano
atualizado
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Alvo de críticas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) saiu em defesa do seu indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), desembargador Kassio Nunes Marques, nas redes sociais. O chefe do Executivo publicou, neste domingo (4/10), uma lista desmentindo que Marques teria votado para manter, no Brasil, Cesare Battisti.
Bolsonaro destacou que o STF decidiu, em novembro de 2009, que a definição do caso caberia ao presidente da República e que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seguindo o STF, resolveu negar a extradição de Battisti.
Ainda segundo o presidente, em 2015, a juíza Adverci Rates, da 2ª Vara Federal, determinou a deportação, mas a 6ª Turma do TRF-1, da qual Kassio participava como vogal, resolveu suspender a decisão, porque a matéria só poderia ser julgada na apelação.
“O desembargador Kassio [Marques] participou de julgamento que tratou exclusivamente de matéria processual, e não emitiu nenhuma opinião ou voto sobre a extradição”, escreveu Bolsonaro. “Portanto, é mentira que Kassio Nunes [Marques] teria votado concordando que Battisti permanecesse no Brasil”.
“Lamento as críticas infundadas que inundaram as mídias, em especial de uma autoridade do Rio, que queria, a qualquer custo, que eu indicasse um candidato seu para o Supremo”, escreveu.
Outros pontos serão colocados nas redes sociais: pic.twitter.com/G38jCla4pm
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) October 4, 2020
Desde que anunciou a indicação de Marques, Bolsonaro vem sendo alvo de críticas nas redes sociais, associando-o ao PT, e destacando a suposta posição do desembargador no caso Battisti.
Uma das primeiras medidas de Bolsonaro, enquanto presidente, foi decretar a extradição de Battisti à Itália, onde foi condenado à prisão perpétua, em 1993, por quatro assassinatos cometidos nos anos 1970 contra um guarda carcerário, um agente de polícia, um militante neofascista e um joalheiro de Milão, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo.
Jantar
Na noite desse sábado (3/10), Bolsonaro se reuniu com Marques, com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e com o ministro Dias Toffoli, do STF, na residência do magistrado, no Lago Norte, em Brasília. Na ocasião, além de conversarem sobre o trâmite da indicação no Senado, eles comeram pizza e assistiram à vitória do Palmeiras, por 2 x 1, ante o Ceará.