Bolsonaro: reuniões canceladas no Congresso foram “equívoco da mídia”
Presidente eleito diz que o fato de não se encontrar com Eunício Oliveira, no Senado, e Rodrigo Maia, na Câmara, gerou mal-entendido
atualizado
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O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (12/11) que houve um mal-entendido sobre o cancelamento de reuniões com Eunício Oliveira (MDB-CE), presidente do Senado, e Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, em Brasília nesta semana. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
“Há um equívoco por parte da mídia de que eu teria cancelado audiências com o Eunício e com o Rodrigo Maia”, afirmou Bolsonaro a jornalistas em frente à sua casa na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
“O que eu falei para a minha assessoria em Brasília é que eu queria visitar a Câmara e o Senado. O que é visitar a Câmara? É o plenário. Daí eles marcaram audiência. Eu não quero audiência. Eu falo com eles por telefone e eles falam comigo por telefone. Não precisamos de audiência”, ressaltou o presidente eleito
Em agenda enviada na última sexta-feira (9), estavam previstos encontros com os dois. Mas no sábado (10) a agenda foi reformulada: Bolsonaro irá direto para o gabinete de transição, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil).
Depois, seguirá para encontros com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Britto Pereira, e do Superior Tribunal Militar (STM), ministro José Coelho Ferreira.
O cancelamento ocorreu após atritos da equipe do capitão da reserva com parlamentares. Bolsonaro foi ao Congresso pela primeira vez como presidente eleito na última terça-feira (6), quando participou da sessão solene que comemorou os 30 anos da Constituição de 1988.
A lista do cerimonial do Congresso tinha cerca de mil convidados, mas quando o presidente eleito chegou à Câmara, eram poucos os que estavam ali para recebê-lo.
No mesmo dia, repercutiu mal entre os parlamentares a declaração do economista Paulo Guedes, futuro ministro da área econômica. Ele defendeu uma “prensa” no Congresso para que o atual texto da reforma da Previdência seja aprovado até o fim do ano.
Castelo de cartas
Nesta segunda, Bolsonaro minimizou os atritos. “Ele [Paulo Guedes] tem pouca experiência política e reconhece isso também. Mas o Orçamento é igual a um castelo de cartas. Você mexeu em um lugar, cai tudo. E a chiadeira é muito grande por parte de deputados e senadores”, observou
Ele afirmou que tomará um café na manhã desta quarta (14) com Rodrigo Maia para discutir sobre a reforma da Previdência e outros assuntos. “Até o final de janeiro, ele é o presidente do Senado. Se precisar de alguma coisa, a gente conversa com ele”, respondeu sobre a possibilidade de procurar Eunício.
Também disse que vai aproveitar a viagem a Brasília nesta terça (13) para “apertar a mão de parlamentares”. “Eu pretendo andar pela Câmara, a minha Casa, e andar pelo Senado. Apertar a mão de parlamentares. Houve apenas um mal-entendido nessa questão de agenda com o presidente das duas Casas.”
Moro no Fantástico
O presidente eleito ainda comentou a entrevista do juiz federal Sergio Moro, futuro ministro da Justiça e da Segurança Pública, ao “Fantástico” nesse domingo (11).
“Acho que foram um pouco pesados com ele, ele não pode tudo, ele sabe que não pode tudo, como eu também não posso tudo. Ele pretende levar adiante seu sonho de ajudar o Brasil combatendo a corrupção e o crime organizado”.