Bolsonaro reúne-se com Eymael, presidente do Democracia Cristã
Chefe do Executivo federal segue em busca de partido após negociações com o Patriota terem emperrado
atualizado
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Sem partido, o presidente Jair Bolsonaro recebeu na tarde de quinta-feira (22/7) o presidente do Democracia Cristã (DC), José Maria Eymael, no Palácio do Planalto. O encontro não estava previsto inicialmente na agenda oficial do mandatário, mas foi revelado durante transmissão ao vivo realizada na noite de quinta.
O chefe do Executivo falava na possibilidade de voltar ao PP para disputar a reeleição em 2022. O partido, ao qual Bolsonaro foi filiado na maior parte dos seus 28 anos como deputado federal, é presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI), indicado nesta semana para comandar a Casa Civil.
Apesar da conversa com o DC, Bolsonaro lembrou que Eymael pretende disputar a Presidência da República novamente.
“Se eu vier a disputar, se vier a ser candidato, pode ser. Hoje, por exemplo, conversei com o José Maria Eymael, do PSDC. Me disse que irá disputar a Presidência de novo”, disse Bolsonaro.
Nanico, o Democracia Cristã não possui representantes na Câmara dos Deputados nem no Senado Federal. Eymael é tido como uma figura folclórica que disputa as eleições a cada quatro anos, mas com pouca expressividade. No pleito de 2018, em sua sexta candidatura, Eymael obteve 41.710 votos.
Negociações emperradas
Jair Bolsonaro está sem partido desde novembro de 2019, quando rompeu com o PSL, legenda pela qual chegou ao Planalto. No mesmo mês, lançou o Aliança pelo Brasil, mas a sigla não chegou nem perto de ser criada: os bolsonaristas validaram pouco mais de 20% das assinaturas necessárias na Justiça Eleitoral.
Nos últimos meses Bolsonaro vinha negociando com o Patriota. Em 31 de maio, o senador Flávio Bolsonaro (RJ) se filiou à legenda e abriu caminho para a ida do pai.
No entanto, convenções do partido para alterar o estatuto da sigla e garantir poderes a Bolsonaro foram contestados e o presidente da legenda, Adilson Barroso, foi afastado da presidência e tornou-se alvo do Conselho de Ética do Patriota.
Na última terça-feira (20/7), Barroso admitiu que Bolsonaro não concorrerá pela sigla em 2022. “O presidente não tem muito tempo a perder e já deve estar tomando providências para ir para outro partido, né? Por enquanto a conversa está encerrada”, declarou.
A propósito da filiação de Flávio Bolsonaro há apenas 50 dias, Barroso disse: “O Flávio pode se filiar e desfiliar até a hora que quiser. Não sei até quando ele fica”. A julgar pelas declarações de Adilson Barroso, as chances de reverter o quadro e conseguir atrair o presidente são baixíssimas.