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Bolsonaro repete imprecisões na Record e em entrevista a rádio

Emissora veiculou conversa enquanto demais presidenciáveis estavam em debate na TV Globo. Militar da reserva alegou recomendação médica

atualizado

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1 de 1 bolsonaro-record - Foto: Reprodução

Alegando questões de saúde ligadas ao atentado que sofreu no dia 6 de setembro, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, não participou do debate promovido pela TV Globo na noite da quarta-feira (4). No mesmo horário, concedeu entrevista de 26 minutos à Record. Ao longo do dia, havia conversado com jornalistas de duas emissoras de rádio, ambas de Pernambuco.

Veja a seguir as checagens feitas pela Lupa:

“Por ocasião da Ação Penal 470, do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa me cita como o único deputado que não foi comprado pelo PT”
Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, em entrevista à Record, no dia 4 de outubro de 2018

Durante o julgamento do mensalão, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa mencionou Jair Bolsonaro como um dos parlamentares que votou contra a aprovação da Lei das Falências, feita em 2013. Essa votação foi usada pelo ministro como exemplo de compra de votos no Congresso. O atual candidato do PSL não, foi, entretanto, o único mencionado por Barbosa. Textualmente, o magistrado afirmou o seguinte: “os líderes dos quatro partidos [PTB, PP, PL e PMDB] cujos principais parlamentares receberam recursos em espécie do PT orientaram suas bancadas a aprovar o projeto (…). Somente o sr. Jair Bolsonaro, do PTB, votou contra a aprovação da referida lei”.

Além dele, acrescentou Barbosa, “vários parlamentares do PT também desobedeceram à orientação da liderança do partido e do governo e votaram contra”. Em 2018, o ex-ministro do STF disse em entrevistaque considera Bolsonaro “um risco para o país”. A menção feita por Barbosa a Bolsonaro durante o julgamento do mensalão já foi checada pela Lupa em quatro oportunidades aquiaquiaqui e aqui. Procurado, Bolsonaro não retornou.


“As pesquisas [eleitorais]… todo mundo desconfia no Brasil”
Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, em entrevista à Record, no dia 4 de outubro de 2018

Bolsonaro têm questionado com frequência os institutos que realizam pesquisas eleitorais no Brasil, mas usa os números aferidos por eles quando o favorecem. Em entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco, ao falar dos resultados de pesquisas eleitorais recentes afirmou: “a grande surpresa positiva virá do Nordeste, tenho aceitação maior do que o Aécio [Neves] quando disputou com a Dilma [Rousseff]”. Em 2014, na última semana de campanha, a pesquisa Datafolha revelou que Aécio Neves (PSDB) tinha 7% das intenções de votos no Nordeste – a pesquisa foi divulgada no dia 1º/10, véspera do debate realizado pela TV Globo. Na última quinta-feira (4), levantamento do Datafolha mostrou que Bolsonaro tinha 20% das intenções de voto na mesma região. Procurado, Bolsonaro não retornou.


“Lamento o Lula ter sido preso”
Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, em entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco, no dia 4 de outubro de 2018

No dia 24 de agosto, Jair Bolsonaro foi incisivo ao criticar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, classificava-o como “malandro” e “bandido”. Ao comentar sua prisão, o presidenciável afirmava o seguinte: “Temos um presidiário [Lula] ocupando espaço em rádio, jornais e televisão como possível candidato. Tem que estar preso, e não concorrendo à eleição presidencial. Isso é uma vergonha. Instituto de pesquisa botando o nome desse malandro, desse bandido, desse presidiário e mentindo no tocante aos números”. Procurado, Bolsonaro não retornou.


“Nunca o [general Hamilton] Mourão falou em acabar com o 13º”
Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, em entrevista à Record, no dia 4 de outubro de 2018

O general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, de fato, não falou “em acabar com o 13º” salário’, mas fez duras críticas ao benefício. Num evento realizado no Rio Grande do Sul no mês passado, Mourão disse que o 13º era uma “jabuticaba” e, logo em seguida, foi repreendido pelo próprio Bolsonaro, que, em suas redes sociais, disparou: “Criticá-lo [o 13º salário], além de uma ofensa a quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição”. Apesar disso, na última terça-feira (02), Mourão voltou a atacar o benefício. Afirmou que, com ele, “todos saímos prejudicados”.


“[Fernando Haddad] Sequer conseguiu passar para o 2º turno em São Paulo”
Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, em entrevista à Record, no dia 4 de outubro de 2018

Nas eleições municipais de 2016, quando o petista Fernando Haddad tentava a reeleição na cidade de São Paulo, o tucano João Doria venceu com 53,29% dos votos já no primeiro turno do pleito. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, naquela disputa, Haddad teve 16,70% dos votos e ficou em segundo lugar.


“Ele mesmo [Palocci] diz: ‘nas últimas campanhas, Dilma Rousseff gastou em torno de R$ 1,5 bilhão’”
Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, em entrevista à Record, no dia 4 de outubro de 2018

Em delação premiada à Polícia Federal, o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci afirmou que, em 2010, a campanha de Dilma Rousseff (PT) custou R$ 600 milhões e que, em 2014, custou R$ 800 milhões. Juntas, elas somariam cerca de R$ 1,4 bilhão.

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