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Bolsonaro relaciona liberação de armas com queda dos homicídios

O presidente comentou a redução do número de assassinatos no Brasil, mas fez uma relação equivocada com o aumento de civis armados

atualizado

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Jair Bolsonaro com arma
1 de 1 Jair Bolsonaro com arma - Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (PL) relacionou, na manhã desta segunda-feira (21/2), o aumento de pessoas armadas com a redução do número de assassinatos no Brasil. Apesar da diminuição desse tipo de crime, especialistas descartam que a quantidade de cidadãos armados tem relação com a queda nos registros de mortes violentas.

“Vocês viram que os homicídios com armas de fogo caíram. Menor número histórico. A imprensa não fala que caiu. Entre outras coisas, a liberação das armas para o pessoal de bem, o cara pensa duas vezes antes de fazer besteira”, pontuou o chefe do Executivo federal. O momento foi gravado e divulgado por um canal simpatizante ao presidente.

“Agora, se tivesse aumentado, quem seria o culpado?”, completou Bolsonaro, em conversa com os apoiadores que o aguardavam no Palácio da Alvorada.

O dado ao que o mandatário do país faz menção é referente à queda do número de assassinatos no Brasil, correspondente ao ano de 2021, cujo percentual caiu 7%, segundo levantamento do G1.

De acordo com especialistas ouvidos pelo G1, no entanto, a redução se deu, principalmente, por profissionalização do mercado de drogas brasileiro; maior controle e influência dos governos sobre os criminosos; apaziguamento de conflitos entre facções; políticas públicas de segurança e sociais; e redução do número de jovens na população.

Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, de 2021, o Brasil dobrou o número de armas nas mãos de civis em apenas três anos. A quantidade passou de 637 mil, em 2017, para 1,2 milhão, em 2020.

“As armas e munições legais e ilegais – que são desviadas e ingressam no mercado do crime – não causam, isoladamente, variações nas taxas. Elas tendem a aumentar os homicídios circunstanciais, em bares, boates, e no trânsito, por exemplo, e os feminicídios. Mas não afetam necessariamente as dinâmicas criminais nos estados”, disse Bruno Paes Manso à reportagem do G1.

É importante destacar que o levantamento não considerou as mortes em decorrência de intervenção policial. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2020 foram 6,4 mil pessoas mortas pelas forças de segurança no país, o maior número da série histórica.

Os ministros das Comunicações e da Justiça e Segurança Pública, Fábio Faria e Anderson Torres, também repercutiram a redução de 7%. Porém, diferentemente do chefe do Executivo, não relacionaram o número com a liberação das armas de fogo.

Veja os comentários dos ministros:

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