Bolsonaro rejeita críticas por queimadas: “Querem atingir o agronegócio”
Presidente disse que pressão de outros países sobre o governo têm como objetivo desestabilizar o agronegócio nacional
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) alegou, em visita à cidade de Sinop, em Mato Grosso, na manhã desta sexta-feira (18/9), que incêndios em vegetação ocorrem no Brasil há anos e a pressão sobre o governo brasileiro ocorre porque países estrangeiros “têm interesse em enfraquecer o agronegócio nacional” por serem “concorrentes”.
O chefe do Executivo não especificou se estava se referindo às queimadas na Amazônia ou no Pantanal, pois ambos os biomas sofrem com o problema e já registram mais focos nos primeiros 17 dias de setembro do que no mês inteiro de 2019.
O avião presidencial onde estavam Bolsonaro e a comitiva precisou arremeter na primeira tentativa de pouso no aeroporto municipal Presidente João Figueiredo por problemas de visibilidade provocado pela fumaça das queimadas que atingem o Pantanal.
“Nós estamos vendo alguns focos de incêndio em todo o Brasil. Isso acontece ao longo de anos, e temos sofrido uma crítica muito grande, porque, obviamente, quanto mais nos atacarem, melhor interessa para os nossos concorrentes para aquilo que nós temos de melhor, que é o nosso agronegócio. Países outros que nos criticam não têm problemas de queimadas, porque já queimaram tudo em seu país”, criticou.
O presidente também afirmou que o Brasil ocupa a menor área proporcional ao território para a produção agrícola e pecuária. “Nós somos um exemplo para o mundo”, comentou, ao falar sobre a capacidade produtiva brasileira para alimentar 1 bilhão de pessoas.
Bolsonaro também disse já ter gravado seu discurso para a 75ª edição da Assembleia Geral da ONU, da qual participará na próxima terça-feira (22/9). Ele relembrou o discurso feito no ano passado, em que criticou o que chama de “excesso de demarcação de terras indígenas e quilombolas”.
“No ano passado, vale a pena recordar, falamos do agronegócio, falamos da potencialidade de nosso país, e falamos também que era inadmissível o país ter a quantidade que tinha de terras demarcadas para índios e quilombolas. Os índios são nossos irmãos, são nossos parceiros, eles merecem a sua terra, mas dentro de sua razoabilidade. A ONU queria, conforme detectado, que nós passássemos de 14% para 20%. Falei-lhes: não. Nós não podemos sufocar aquilo que nós temos aqui, que tem nos garantido a nossa segurança alimentar e de mais de 1 bi de pessoas no mundo”.