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Bolsonaro recusa documento de apoiador: “Pode ter coisa esquisita no papel”

Presidente disse que não desconfiava do homem, mas que era obrigado a seguir os protocolos de segurança

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Bolsonaro – Alvorada 26/03
1 de 1 Bolsonaro – Alvorada 26/03 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse a um apoiador que tentava entregar documentos referentes a uma suposta vacina que, por questões de segurança, não poderia receber esses materiais diretamente.

“Primeiro, passa na mão do pessoal, porque pode ter coisa esquisita no meio do papel. Só isso, mais nada”, disse ao homem na saída do Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (9/11).

O admirador do presidente afirmou que já havia protocolado o documento junto ao governo, mas reclamou diretamente com Bolsonaro sobre a demora de 10 dias, prazo que, segundo o homem, havia sido informado pelo protocolo para a análise e eventual entrega dos papéis a Bolsonaro.

“Pessoal meu pega e entrega na saúde. Se tudo tem que chegar em mim, eu não trabalho, é muita coisa. Olha, é praxe: não passa nas minhas mãos”, disse o chefe do Executivo ao simpatizante.

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Bolsonaro quando sofreu o atentado, em 2018
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Esta não é a primeira vez que Bolsonaro se recusa a receber documentos no Alvorada. Ainda na entrada, os agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável por resguardar o presidente e a residência oficial, já informam que é proibido entrar com qualquer objeto que não seja o próprio celular. Antes de passar pelo detector de metais, todos, exceto profissionais da imprensa credenciada, devem deixar os objetos em armários.

“Eu não vou ler”

Em agosto, Bolsonaro foi abordado por um homem na saída do palácio e se negou a receber a carta escrita por ele. “Eu não vou ler, dificilmente eu vou ler, tem dia que eu recebo isso aqui de papel [faz gesto com a mão]. E não é só ler, você tem que tomar decisão. Se vai dar resposta a contento, eu não sei”, interrompeu Bolsonaro antes que o apoiador terminasse de falar sobre os documentos que queria entregar.

Naquele mesmo dia, o ex-capitão aceitou receber uma carta de uma mulher que disse ter percorrido mil quilômetros para entregar a correspondência pessoalmente a ele.

“Eu recebi a confirmação da palavra de Deus e fiz uma carta pro senhor. Queria que o senhor recebesse e lesse. É uma palavra de Deus pro Senhor”, pediu a moça. “Vou ler agora de manhã, pode deixar”, respondeu o presidente.

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