Bolsonaro recebe, sem máscara e de cocar, indígenas favoráveis ao governo
Presidente recebeu grupo que pediu aprovação do projeto de lei que libera atividades econômicas em terras indígenas
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu, sem máscara, na manhã desta quinta-feira (12/8) um grupo de indígenas, em Brasília, no Palácio do Planalto. Eles pediam a aprovação do Projeto de Lei 191/2020, que libera atividades econômicas em terras pertencentes a etnias.
Em seguida, ele desceu para cumprimentar aproximadamente 200 pessoas que esperavam na Praça dos Três Poderes. O presidente também recebeu adereços e presentes.
Veja o momento em que Bolsonaro desce a rampa em direção ao indígenas:
O projeto em questão, PL 191/2020, prevê o estabelecimento de condições para a realização da lavra de recursos minerais e hidrocarbonetos, aproveitamento de recursos hídricos em terras indígenas e institui a indenização pela restrição do usufruto de terras indígenas. Atualmente, a proposta está parada na Câmara dos Deputados, aguardando criação de comissão temporária.
Acompanhavam o presidente os ministros Anderson Torres, da Justiça, pasta à qual a Fundação Nacional do Índio (Funai) é subordinada; o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), general Augusto Heleno; o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira e Nabhan Garcia, secretário especial de Assuntos Fundiários, subordino ao Ministério da Agricultura.
Marcelo Augusto Xavier da Silva, presidente da Funai, também estava presente, além do cantor Sérgio Reis e do cantor da jovem guarda Eduardo Araújo.
Trocas na Funai
Durante a conversa com os indígenas, um integrante do ato abordou o presidente sobre o Bolsa Família, pedindo para que o presidente não cancelasse o benefício. Bolsonaro retrucou: “Não vai acabar o Bolsa Família. Nós vamos aumentar no mínimo 50% até o fim do ano, tá?”.
O mandatário então complementou: “Quer mudar alguém da Funai, é só apresentar o nome”, disse Bolsonaro, ao lado do presidente da Funai.
Bolsonaro complementou sua fala, dizendo que o PL 191/2020 depende das lideranças, de convencimento e do parlamento. “Depende do Ciro, da Flávia Arruda, das nossas lideranças e convencimento. Tem o lobby do outro lado, que é manter nossos irmãos indígenas numa situação como se fossem pessoas igual a nós. São exatamente igual a cada um de nós. Índios querem trabalhar, internet, progresso, quer pagar imposto”, disse Bolsonaro.
“Eles querem uma coisa que não tem preço, que é a liberdade pra trabalhar, pra produzir, pra se integrar e o mínimo que a gente pode fazer é não atrapalhar, mas ajudá-los. Os índios não querem ser isolados, tá aqui um exemplo claro. Tem muito indígena que fala o português igualzinho a nós, tem exatamente o mesmo sentimento nosso. O que eles estão pedindo? Por que negar isso aí?”, finalizou o mandatário da República.