Bolsonaro recebe irmão de petista morto por bolsonarista
É a 2ª vez que presidente conversa com integrantes da família do tesoureiro do PT assassinato em Foz do Iguaçu, em 9 de julho
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebe nesta quarta-feira (20/7), no Palácio do Planalto, um dos irmãos do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda, assassinado por um bolsonarista em 9 de julho. A reunião foi antecipada pela coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles.
José Arruda, irmão de Marcelo, participa do encontro com o chefe do Executivo federal acompanhado do deputado Otoni de Paula (MDB-RJ). José chegou ao prédio da Presidência da República às 16h33 e saiu às 17h44, sem falar com a imprensa.
Esta é a segunda vez que o presidente fala com a família do tesoureiro assassinato. Em 12 de julho, Bolsonaro conversou por telefone com dois irmãos de Arruda. A ligação foi feita por intermédio de Otoni de Paula.
O encontro ocorre no mesmo dia em que o Ministério Público apresentou denúncia contra o policial penal federal Jorge Guaranho, autor do homicídio de Arruda.
Relembre o caso
Marcelo Arruda foi morto em 9 de julho, durante sua festa de aniversário, que tinha como tema o PT, partido do pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
O atirador é o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho. Ao abrir fogo contra o tesoureiro do PT, o policial, que é simpático ao presidente Jair Bolsonaro, foi baleado pela vítima, que também estava armada. Ele estava internado desde a data do crime e teve alta da UTI nessa terça-feira (19/7).
Preso preventivamente e sob custódia policial, ele foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe e por colocar outras pessoas em risco.
A expectativa é que o Ministério Público do Paraná apresente uma denúncia contra o policial nesta quarta.
Na semana passada, a Polícia Civil do Paraná concluiu que o assassinato de Marcelo Arruda não pode ser enquadrado, juridicamente, como crime de motivação política.
Discurso de ódio
Desde que o episódio ocorreu, Bolsonaro tem criticado opositores que o acusam de ter colaborado com o crime por meio da propagação de “discursos de ódio”.
Na última sexta-feira (15/7) o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para que o chefe do Executivo federal se manifeste sobre suposta disseminação de discursos que incitam o ódio no período eleitoral.
A determinação do ministro atendeu a uma ação protocolada na Justiça Eleitoral pelos partidos Rede, PCdoB, PSB, PV, PSol e Solidariedade, após a morte do petista em Foz do Iguaçu.
A decisão de Moraes também abriu um prazo de dois dias para que o Ministério Público Eleitoral se pronuncie. O ministro argumentou que é necessário ouvir o presidente, uma vez que a ação pede “relevantíssimas consequências” para Bolsonaro.
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